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Uma trilogia que não sai de moda




Envolvente e cativante são apenas duas entre tantas qualidades que podem definir a trilogia do Poderoso Chefão, dirigido por Francis Ford Coppola, a mais premiada de todos os tempos, que nunca foge das locadores, dos lançamentos e relançamentos em DVD e agora em Blue Ray. Os três filmes são baseados num livro de Mario Puzo, The Goddather, que no Brasil ficou mais conhecido como O Poderoso Chefão, em vez da tradução que quer dizer padrinho.

A trilogia começa com a história da mais poderosa família da máfia de Nova Iorque e Nova Jersey, os “Corleone”, que, liderados por Vito Corleone (Marlon Brando), se desentendem com outros clãs, dando início a uma guerra entre os mafiosos. Quando o chefe Colerone fica debilitado, Michael Corleone (Al Pacino), seu filho mais novo, assume o controle. Após o falecimento de seu pai, Michael trama o assassinato dos líderes das principais organizações mafiosas, para que os Corleone voltem a ter o controle do crime organizado.

Na sequência, o filme mostra a saga de Michael à frente da família, que passa por situações delicadas devido a traições de pessoas muito próximas, incluindo seu próprio irmão, Fredo. Mas o ponto alto do filme é a história de Vito Corleone, que é contada em paralelo ao desenrolar da era de Michael, mostrando desde sua dramática infância em Corleone, na Sicília, até seu início como chefão da máfia em Little Italy, Nova Iorque.

Já no último episódio da trilogia, Michael tenta legalizar os negócios da família Corleone e passar o controle para seu sobrinho, Vincent Mancini. Porém, as coisas não saem como o esperado, devido a divergências com outro chefe do crime, Joey Zaza, e a negócios suspeitos com a alta cúpula da Igreja Católica, o que obriga a Vincent, a armar mais uma série de atentados contra os inimigos dos Corleone.

O primeiro filme foi lançado em 1972, nos EUA, e concorreu ao Oscar de 1973 nas seguintes categorias: melhor ator coadjuvante, com James Caan, Robert Duvall e Al Pacino, melhor figurino, direção, montagem, som, trilha sonora, roteiro adaptado, melhor ator principal, com Marlon Brando, e melhor filme, ganhando nas três últimas categorias. O segundo filme, de 1974, foi o mais longo, com mais de 3 horas de duração, e o mais premiado pela Academia em 1975: melhor direção de arte, trilha sonora, roteiro adaptado, ator coadjuvante, com Robert De Niro, diretor, com Francis Ford Coppola, e sagrou-se como a única sequência a ganhar o Oscar de melhor filme. Além disso, o filme concorreu ao melhor figurino, melhor atriz coadjuvante, com Talia Shire, ator coadjuvante, com Michael V. Gazzo e Lee Strasberg, e ator principal, com Al Pacino. A última seqüência foi lançada em 1990, e foi o único dos três filmes que não recebeu nenhum prêmio da Academia, embora tenha concorrido nas categorias de melhor filme, diretor, ator coadjuvante, com Andy Garcia, melhor canção, montagem, direção de arte e fotografia.

São diversas as curiosidades sobre a produção, uma dela é que o autor do livro que inspirou o filme, Mario Puzo, participou da elaboração do roteiro juntamente com Coppola; outra é que o personagem de Vito Corleone foi o único a dar dois Oscar a atores diferentes, Marlon Brando e Robert De Niro; quando Brando ganhou o Oscar em 73, ele se recusou a participar da premiação, por causa de atitudes racistas do governo americano e de Hollywood contra os índios. Em seu lugar ele mandou uma atriz que se fez passar por índia americana, de nome Sacheen Littlefeather.

Os tres filmes podem ser encontrados nas locadoras numa bela embalagem e quatro discos, a saga da famiglia Corleone está muito bem representada em DVD. Todos os filmes possuem trilha de áudio comentada por Coppola (legendada). O grande diferencial para os colecionadores está mesmo no disco de extras. São quase quatro horas de material que inclui cenas removidas, árvore genealógica da família, fichas dos gangsters, anotações sobre a trilha sonora, desenhos de produção e muito mais, vale a pena conferir.

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