Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho
de 1839, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de família pobre e mulato, sofreu
preconceito, e perdeu a mãe na infância,
sendo criado pela madrasta. Apesar das adversidades, conseguiu se instruir. Em
1856 entrou como aprendiz de tipógrafo na Tipografia Nacional. Posteriormente
atuou como revisor, colaborou com várias revistas e jornais, e trabalhou como
funcionário público. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.
Algumas de suas obras são Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, O Alienista,
Helena, Dom Casmurro e Memorial de Aires. Faleceu em 29 de
setembro de 1908.
Contexto
Histórico
Várias
histórias foi publicado em 1896, fazendo parte do período
realista de Machado de Assis. Os contos da obra são profundamente marcados pela
análise psicológica das personagens, além da erudição e intertextualidade que
transparecem, como por ex., referências à música clássica, a clássicos da
literatura, bem como a histórias bíblicas. Muitos apresentam um tom pessimista.
A maior parte das histórias se passa no Brasil do séc. XIX, sobretudo na
segunda metade do século, de modo que os contos retratam bem o contexto
sociocultural da época.
A
Obra
Várias
histórias é uma coletânea de 16 contos. Segue-se o resumo das
histórias.
“A cartomante” é sobre o triângulo amoroso
envolvendo Vilela, Camilo e Rita. Vilela e Camilo são amigos. Vilela e Rita são
casados. Rita e Camilo são amantes. Rita, certa vez, consulta uma cartomante
sobre Camilo, a qual a alivia dizendo que Camilo a ama. Um dia, Camilo é
intimado por Vilela a ir à casa do casal. Apesar do receio, vai. Por conta de
um acidente, ele para em frente da casa da cartomante. Resolve então consultá-la.
Ela diz que nada de mal acontecerá. Camilo chega à casa de Vilela, mas a
previsão da cartomante se mostra equivocada: Rita está morta no chão, e Vilela
o mata.
O segundo conto é “Entre santos”, em que um velho
padre narra um milagre que viu anos atrás. Numa noite, cinco santos da igreja,
vivificados, contam entre si as orações feitas pelos fiéis no dia. A principal
narrativa é de S. Francisco de Sales: é sobre Sales, um avaro e usurário, cuja
mulher está à beira da morte, e vai à igreja para pedir intercessão divina para
ela. Por sua disposição de avaro e usurário, prefere prometer mil padre-nossos
e mil ave-marias ao invés de gastar dinheiro com alguma outra promessa.
“Uns braços” é sobre a paixão juvenil de Inácio, um
rapaz de quinze anos, por D. Severina, esposa de seu patrão, Borges. D.
Severina acaba descobrindo a paixão do jovem, mas mantém o segredo. Num dia,
estando ela sozinha com o rapaz, que dormia, dá um beijo nele. Mas ninguém
descobre. No fim, Borges despede o rapaz.
“Um homem célebre” é a história de Pestana,
compositor de polcas famoso nas redondezas. Suas polcas são tocadas por toda a
cidade, mas o que ele mais quer é se equiparar aos grandes compositores, como
Mozart. Pestana se casa com uma viúva cantora, e acredita que com a mulher
conseguirá realizar seu sonho. Mas sua ambição de compor algo grande sempre
fracassa.
Em “A desejada das gentes”, um conselheiro conta sua
história de juventude com Quintília, a jovem mais bonita da cidade. Ela era
muito bonita, atraindo muitos pretendentes, mas recusa todos. O conselheiro e
Quintília se tornam íntimos amigos. Ela promete nunca se casar, mas acaba se
casando com ele quando está à beira da morte.
“A causa secreta” é a história de Garcia, Fortunato
e Maria Luísa. Garcia e Fortunato são amigos. Fortunato é casado com Maria
Luísa. Fortunato funda uma casa de saúde, onde trabalha muito. Ele é sádico,
fazendo, por ex., experimentos com animais. Garcia se apaixona por Maria Luíza,
mas ela não trai seu marido.
“Trio em lá menor” é dividido em quatro partes como
uma sonata. É a história de um trio: uma moça, Maria Regina, e seus dois
pretendentes, Maciel e Miranda. Ela é apaixonada pelos dois, e os dois por ela,
mas ela não se decide por um apenas; ao contrário, se mantém fantasiando um
homem perfeito. No fim, ela acaba sozinha.
Em “Adão e Eva”, o juiz-de-fora Veloso conta uma
história alternativa do Jardim do Éden. Segundo Veloso, o mundo é criação
conjunta de Deus com o Tinhoso, tendo este começado a criar. O homem reúne
instintos maus e a alma divina. Odiando Adão e Eva, o Tinhoso os tenta, por
meio da serpente, para comer da árvore da ciência do bem e do mal. Adão e Eva
rejeitam a tentação, e são levados para morar no céu.
Em “O enfermeiro”, Procópio conta sua história como
enfermeiro do coronel Felisberto. O coronel era conhecido por sua crueldade e
maus-tratos aos empregados. O coronel trata Procópio muito mal. Procópio acaba matando
o coronel não propositalmente. Procópio sente remorso, mas ninguém descobre, e
ele se torna herdeiro da fortuna de Felisberto, uma vez que o coronel o nomeara
em seu testamento.
“O diplomático” é a história de Rangel, chamado de
“o diplomático”, um quarentão solteiro que anseia por se casar. Numa
comemoração de S. João, ele tem interesse por Joaninha, filha do dono da casa.
Mas chega inesperadamente um rapaz, Queirós, que atrai a atenção de todos,
inclusive de Joaninha. Isso frustra Rangel. Joaninha fica interessada por
Queirós, e Rangel a perde para ele.
Em “Mariana”, Evaristo volta, depois de vários anos,
da França para o Brasil, ao saber do fim da monarquia. Ele decide rever
Mariana, seu amor de juventude, esperando que ela ainda o ame. Mas ele descobre
que Mariana o não ama mais. Ela se casou, e ama seu marido, Xavier, que se
encontra então à beira da morte. Ele volta à França.
Em “Conto de escola”, o menino Pilar recebe de
Raimundo, filho do professor, uma moeda de prata para ajudá-lo nas matérias. No
entanto, seu colega, Curvelo, dedura-os para o professor, e ambos, Pilar e
Raimundo, são castigados.
“Um apólogo” é o conto de um novelo de linha e de
uma agulha da costureira de uma baronesa, que discutem sobre quem é mais
importante na costura. A agulha se vangloria por ir à frente enquanto a
costureira trabalha. Mas, no fim, é a linha que vai à festa na roupa da
baronesa, enquanto a agulha serve só para abrir caminho para a linha.
Em “D. Paula”, Venancinha e Conrado, casados, brigam
por conta do envolvimento de Venancinha com o filho de Vasco Maria Portela. A
tia do casal, D. Paula, intercede para conciliá-los. D. Paula descobre que o
Vasco pai é o mesmo com que se envolveu na juventude, e, enquanto aconselha a
sobrinha, relembra o passado.
“Viver!” é a história de Ahasverus, o último homem. Ahasverus
foi condenado a vagar eternamente pelo mundo por ter injuriado Jesus, quando Ele
passava por sua casa para ser crucificado. Ahasverus odeia a vida por ver tanto
sofrimento, mas encontra Prometeu, que o convence de que o mundo tem sua face
boa e que haverá um novo mundo, em que Ahasverus será o rei. Todavia, tudo não
passa de delírios de Ahasverus.
Em “O cônego ou Metafísica do estilo”, um cônego
tenta escrever um sermão. Enquanto isso, o narrador expõe a “metafísica do estilo”:
segundo ele, todas as palavras têm sexo, sendo os substantivos masculinos, e os
adjetivos, femininos. Eles se amam, e sua união forma um dado estilo. A busca
por inspiração, que o cônego faz durante uma pausa, é vista como um mergulho na
inconsciência, sendo seu conteúdo os obstáculos para a união dos casais de
palavras.
Muito bom nota 1000
ResponderExcluirmuito ruim nota 0😂😂😂
Excluirfuck you
ExcluirLivro muiiito ruin, pessimo nota -9999
ResponderExcluirMuito bom , só acho que deveriam falar mais sobre algumas cenas que necessitam de mais detalhes, ex , quando , onde , entendi é isso , fora isso é perfeito . Há eu acho que tem algumas letras estradas , mas dá para entender.
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