Quem ouve falar em Audrey Hepburn quase imediatamente associa a atriz ao seu personagem mais famoso como se ela fosse a própria “Bonequinha de Luxo”. O filme estadunidense, datado de 1961, até hoje causa furor no público feminino graças às cenas gravadas em frente à joalheria TIffany. Até entendo por que. Não conheço mulher – com grandes sonhos ou uma grande conta bancária – que não deseje o conteúdo daquela caixinha azul turquesa.
Ok, então vamos viver num mundo de fantasias e desejos. Você está andando pela Champs- Élysées com o seu Louboutin recém comprado, seu tailleur Armani e a tradicional bolsa Chanel. Para a esmagadora maioria de mulheres, que parcelam aquele casaco in-crí-vel em 12 vezes no crediário, esta cena descrita acima acontecerá só em sonho mesmo. Mas, não para Kelly Samara Carvalho dos Santos.
Kelly Tranchesi foi acusada de furto por fazer compras com cheques roubados e também foi acusada de estelionato por ter aplicado golpes numa idosa no bairro Jardins. Utilizava este nome fictício não por acaso. Tranchesi é o sobrenome da dona da luxuosa Daslu, em São Paulo.
Sempre relacionada à high society paulistana, Kelly é a personificação da Bonequinha de Luxo, ainda que com padrões brasileiros. Porém, hoje com 22 anos, possui uma ficha criminal desde os 13 e que passa por, no mínimo, três estados do país: Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
No filme, Holly Golightly é a “Bonequinha de Luxo” que vislumbra um futuro economicamente viável, por assim dizer. Kelly também. E, para isso, precisou passar em cada loja luxuosa da Oscar Freire para que pudesse se sentir de fato, “de luxo”.
E não é que deu certo? Quando foi presa vestia uma camiseta da Calvin Klein, blusa de lã da Lacoste, calça da Ellus e tênis da Reebok. E quer saber o que mais? Duvido que tudo isso tenha sido parcelado em 12 vezes no crediário. Agora aí vai a pergunta: o nome desse filme deveria ser “Bonequinha de Luxo” ou algo como “O diabo veste Prada, Lacoste, Ellus...”?
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