Antigamente, a música se sussurrava, mas tinha força. Não andava por aí, mas carregava a sociedade nas palavras, significava pessoas e lugares.
A música popular, hoje, se vende, existe a indústria musical, que alimenta a economia. Não há cuidado com o que se produz, não há calma e dedicação em procurar produzir algo de extrema qualidade e sofisticação.
Hoje há pressa, o mercado tem necessidade de vender, ele faz encomendas e fica cada vez mais raro encontrar em meio aos artistas atuais, arte de verdade. Algo que tenha sido produzido com o coração, sem tempo estipulado, sem encomendas.
Graças a Era digital, a música está em todo lugar, é acessível, e ninguém mais precisa esperar o CD do artista preferido chegar até a loja para ouvir as músicas. Essa facilidade banalizou a música, desvalorizou, são poucos os que pagam o preço de um álbum para tê-lo em casa, a grande maioria prefere adquirir pela internet. A pirataria acabou com a graça.
As pessoas escutam mais música, certo, mas fazem isso sozinhas, em seus fones de ouvido, em notebooks. Cada uma em seu mundo particular, isoladas. A música que antes unia as pessoas por um ideal hoje separa as pessoas por um aparelho eletrônico.
O que nos salva de tudo isso é saber da emoção de estar em um show, vendo um artista preferido, isso tecnologia nenhuma conseguiu copiar, ainda. Nada é como assistir e fazer parte daquele show, sentir aquela energia que todas as pessoas que estão ali compartilham. É a forma que nos resta de estar ainda conectados com o resto do mundo de forma física e emocional. Estamos em um lugar onde estamos juntos e sentimos que temos algo forte em comum: a música.
Comentários
Postar um comentário