Pular para o conteúdo principal

31 de outubro é dia do Saci- Pererê



                                            Por Elis Oliveira
Quem nunca viu a imagem do menino que possui apenas uma perna, usa um gorro vermelho e com um cachimbo na boca! O Saci-Pererê é uma lenda do folclore brasileiro, tendo origem entre as tribos indígenas do Sul do Brasil.
No início, o Saci era retratado como um curumim (palavra de origem tupi que significa criança) endiabrado, com duas pernas, cor morena, além de possuir um rabo típico.
No entanto, com a influência da mitologia africana, o Saci foi transformando- se em um negrinho que perdeu a perna lutando capoeira. Depois veio o pito, uma espécie de cachimbo, e ganhou da mitologia europeia um gorrinho vermelho.
É conhecido principalmente pela travessura, muito brincalhão, que se diverte com os animais e com as pessoas. Por ser muito moleque o Saci acaba causando alguns transtornos e está sempre infernizando por aí. Nas casas, passa atrapalhando os afazeres domésticos, queimando a  comida,  apagando  o  fogo  no  meio  de  uma fervura , esconde as coisas e bate portas, além de ficar assobiando.
 No campo, abre porteiras, espanta toda a criação e o gado, dispara cavalos, nos quais se tem prazer e gosto em traçar crinas e caudas, transformando em enormes e difíceis emaranhados, impossíveis de serem destrançados.  
Por pertencer ao imaginário das pessoas, algumas acreditam que o único meio de driblar o negrinho é espalhando cordas ou barbantes amarrados pelo caminho. Desse jeito  ele se ocuparia em desatar os nós, dando tempo da pessoa fugir de sua perseguição. O Saci também tem medo de córregos e riachos, por isso, atravessar um pode ser uma alternativa, pois o Saci não consegue fazer a travessia.
Porém, segundo a lenda, é necessário tirar o gorro do Saci e prende-lo em uma garrafa. Para isso é necessário jogar uma peneira ou um rosário bento em um redemoinho. Tudo isso para garantir assim a sua obediência. A lenda também diz que os Sacis nascem em brotos de bambus, vivendo ali por sete anos. Após esse tempo, vivem mais setenta e sete para atormentar a vida dos seres vivos, depois morrem e viram um cogumelo venenoso.
Imagem: Internet

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

RESUMO DA OBRA "VÁRIAS HISTÓRIAS", DE MACHADO DE ASSIS

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de família pobre e mulato, sofreu preconceito, e  perdeu a mãe na infância, sendo criado pela madrasta. Apesar das adversidades, conseguiu se instruir. Em 1856 entrou como aprendiz de tipógrafo na Tipografia Nacional. Posteriormente atuou como revisor, colaborou com várias revistas e jornais, e trabalhou como funcionário público. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Algumas de suas obras são Memórias Póstumas de Brás Cubas , Quincas Borba , O Alienista , Helena , Dom Casmurro e Memorial de Aires . Faleceu em 29 de setembro de 1908. Contexto Histórico Várias histórias foi publicado em 1896, fazendo parte do período realista de Machado de Assis. Os contos da obra são profundamente marcados pela análise psicológica das personagens, além da erudição e intertextualidade que transparecem, como por ex., referências à música clássica, a clássicos da literatura, bem c

Pintores Paranaenses

A partir do século XIX, a pintura passou a se desenvolver no Paraná, incentivada por pintores como o imigrante norueguês Alfredo Andersen, e Guido Viaro, o segundo vindo da Itália. Ambos dedicaram-se ao ensino das artes visuais, além de pintarem suas obras inspiradas principalmente nas paisagens e temas do cotidiano paranaense. Responsáveis também pela formação de novas gerações de artistas no estado, como o exemplo de Lange Morretes, Gustavo Kopp e Theodoro de Bona, todos nascidos no Paraná. Alfredo Andersen, apesar de norueguês, viveu muitos anos em Curitiba e Paranaguá, e ainda hoje é tipo como o pai da pintura paranaense. Foi ele o primeiro artista plástico atuar profissionalmente e a incentivar o ensino das artes puras no estado. Ele se envolveu de forma muito intensa com a sociedade paranaense da época em que viveu, registrando sua história e cultura. Rogério Dias, outro grande exemplo, sempre foi autodidata, sua trajetória artística tem sido uma soma de anos de paciente

“Esta terra tem dono!”

Do alto, o Cacique Guairacá observa a cidade. Imortalizado em bronze, junto ao seu lobo, ele vigia os moradores e dá boas vindas aos visitantes. Sem dúvida ele é o símbolo de Guarapuava, que traz suas raízes indígenas estampadas até no nome. Uma das vertentes históricas, afirma que o Cacique Guairacá, viveu por estas terras em meados do século XVII. Nessa época, o tratado de Tordesilhas dividia a América do Sul ao meio (ou nem tanto) e Guarapuava se situava em terras espanholas. E como toda grande colonização desta época, havia a opressão indígena – seja a escravização por armas ou pela catequização, tiveram sua cultura esmagada pelo cristianismo europeu.  E também como no Brasil inteiro, houve resistência por parte dos índios. Mas ao contrário do resto da América, aqui tinha o Cacique Guairacá, que complicou muito a vida dos colonizadores.  Armado com lanças e arco e flecha, ele comandou embates aos berros de “CO IVI OGUERECO YARA!” (ou “Esta terra tem dono”). E o