Pular para o conteúdo principal

Paulo Leminski



“Escrevo. E pronto.
 Escrevo porque preciso,
 preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
 Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu Lembram letras no papel,
 Quando o poema me anoitece.
 A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
 Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?”

Desta maneira, Paulo Lemisnki escrevia, assim como disse em seu poema acima, Razão de Ser, escrevia porque precisava.
Lemiski nasceu na capital Curitiba, no dia 24 de agosto de 1944. Teve em sua bagagem inúmeras poesias, foi um critico literário, professor, tradutor, pois falava seis línguas estrangeiras, entre elas inglês, francês, latim, grego, japonês, espanhol e como se não bastasse, era faixa preta em Judô.
Suas poesias possuem uma originalidade que os tornam ainda mais interessantes, Paulo gozava muito de ditados franceses, fazia haicais, trocadilhos e preferia fazer poemas breves.

“não discuto
com o destino
o que pintar
eu assino”.

Com o passar do tempo Paulo descobriu que também possui dom para ser letrista e músico. Em 1981, Verduras, nome dado para uma de suas composições, foi gravada por Caetano Veloso.

“De repente me lembro do verde da cor verde a mais verde que existe a cor mais alegre a cor mais triste o verde que vestes o verde que vestiste o dia em que te vi o dia em que me viste...”.

http://www.youtube.com/watch?v=XG2Y9ZKzOvM

Caetano foi apenas um de seus parceiros na música, Leminski teve parceria com o grupo A Cor do Som, a banda de punk rock Beijo AA Força, Paulinho Boca de Cantor, Blindagem, Susana Sales, entre outros e teve convivência com Régis Bonvicino, Gilberto Gil, Moraes Moreira, Itamar Assumpção, José Miguel Wisnik, Arnaldo Antunes, Wally Salomão, Antônio Cícero, Antonio Risério, Julio Plaza, Reinaldo Jardim, Regina Silveira, Helena Kolody, Turiba, Ivo Rodrigues.

Além de tudo, Lemiski escreveu um livro infanto-juvenil, Guerra dentro da gente. Trabalhou como colunista no Jornal de Vanguarda, na Rede bandeirantes e após dedicar-se a língua japonesa, escreveu uma biografia sobre o livro de Bashô.
No dia sete de junho de 1989, Paulo Lemisnki faleceu devido ao agravamento de uma cirrose hepática que o acompanhou por vários anos. Deixou para nós todos os seus estudos, suas palavras e sua história de vida, que hoje, são eternizadas em documentários e biografias feitas sobre ele. Um dos documentários feitos sobre Lemiski é Ervilha da Fantasia - Documentário de Werner Schumann, que está disponível no YouTube para quem se interessar pela história do autor.

http://www.youtube.com/watch?v=zkl57-hC3ko

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

RESUMO DA OBRA "VÁRIAS HISTÓRIAS", DE MACHADO DE ASSIS

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de família pobre e mulato, sofreu preconceito, e  perdeu a mãe na infância, sendo criado pela madrasta. Apesar das adversidades, conseguiu se instruir. Em 1856 entrou como aprendiz de tipógrafo na Tipografia Nacional. Posteriormente atuou como revisor, colaborou com várias revistas e jornais, e trabalhou como funcionário público. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Algumas de suas obras são Memórias Póstumas de Brás Cubas , Quincas Borba , O Alienista , Helena , Dom Casmurro e Memorial de Aires . Faleceu em 29 de setembro de 1908. Contexto Histórico Várias histórias foi publicado em 1896, fazendo parte do período realista de Machado de Assis. Os contos da obra são profundamente marcados pela análise psicológica das personagens, além da erudição e intertextualidade que transparecem, como por ex., referências à música clássica, a clássicos da literatura, bem c

Pintores Paranaenses

A partir do século XIX, a pintura passou a se desenvolver no Paraná, incentivada por pintores como o imigrante norueguês Alfredo Andersen, e Guido Viaro, o segundo vindo da Itália. Ambos dedicaram-se ao ensino das artes visuais, além de pintarem suas obras inspiradas principalmente nas paisagens e temas do cotidiano paranaense. Responsáveis também pela formação de novas gerações de artistas no estado, como o exemplo de Lange Morretes, Gustavo Kopp e Theodoro de Bona, todos nascidos no Paraná. Alfredo Andersen, apesar de norueguês, viveu muitos anos em Curitiba e Paranaguá, e ainda hoje é tipo como o pai da pintura paranaense. Foi ele o primeiro artista plástico atuar profissionalmente e a incentivar o ensino das artes puras no estado. Ele se envolveu de forma muito intensa com a sociedade paranaense da época em que viveu, registrando sua história e cultura. Rogério Dias, outro grande exemplo, sempre foi autodidata, sua trajetória artística tem sido uma soma de anos de paciente

“Esta terra tem dono!”

Do alto, o Cacique Guairacá observa a cidade. Imortalizado em bronze, junto ao seu lobo, ele vigia os moradores e dá boas vindas aos visitantes. Sem dúvida ele é o símbolo de Guarapuava, que traz suas raízes indígenas estampadas até no nome. Uma das vertentes históricas, afirma que o Cacique Guairacá, viveu por estas terras em meados do século XVII. Nessa época, o tratado de Tordesilhas dividia a América do Sul ao meio (ou nem tanto) e Guarapuava se situava em terras espanholas. E como toda grande colonização desta época, havia a opressão indígena – seja a escravização por armas ou pela catequização, tiveram sua cultura esmagada pelo cristianismo europeu.  E também como no Brasil inteiro, houve resistência por parte dos índios. Mas ao contrário do resto da América, aqui tinha o Cacique Guairacá, que complicou muito a vida dos colonizadores.  Armado com lanças e arco e flecha, ele comandou embates aos berros de “CO IVI OGUERECO YARA!” (ou “Esta terra tem dono”). E o