Drag Queens são performáticos que se travestem com um intuito artístico de
entretenimento. O termo drag surgiu no
início da história do teatro, onde homens representavam a figura feminina, “dressed as a girl”, já que as próprias eram impedidas
de se apresentarem nos palcos. A cultura começou a tornar-se popular durante os
anos 1980 e 1990, no momento em que a cultura gay começou a crescer.
Em 2009, a televisão americana lançou o reality
show Rupaul’s Drag Race, apresentado por RuPaul, onde a mesma procura uma
sucessora ao título de “america’s next drag superstar”.
O programa trouxe uma valorização que estava escondida para as artistas,
conquistando uma diversidade grande de fãs, principalmente, no Brasil. “Comecei
a assistir no netflix e acabei viciando. Já vi as sete temporadas,
virei fã”, admite o estudante de publicidade Mateus Pontarolo.
Já o Paraná que sempre foi uma caixa de talentos
para muitos artistas novos, não é diferente nesse cenário. NeonQueen está
entrando agora nesse mundo, sua primeira montagem foi em fevereiro. Seu estilo
busca referências em Lady Gaga e, assim como a famosa cantora, quebra padrões,
gêneros e conceitos, o importante para ela é ser você mesmo. “Não sou feminina,
gosto de ser a estranha do rolê. Drag é ser você independente do que os outros
pensam. É colocar você e seu personagem para fora”, lembra.
NeonQueen (peruca colorida) em uma casa noturna
Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal
Já Amber Wirga fez sua primeira montagem em 2009,
mas, profissionalmente, está há 13 meses nos palcos. Segundo ela, o seu nome é
a mistura de um fóssil com um fenômeno meteorológico. “Brinco ao dizer que,
assim como o âmbar (fóssil), a minha personagem será aquilo que você quiser, a
cereja do bolo, a pessoa mais magnífica. E o sobrenome Wirga vem de virga,
conhecida como Chuva Invisível. É um tipo de precipitação que cai de uma nuvem,
mas evapora-se antes de atingir o solo. Assim como a minha drag, ela não
precisa tocar o solo para ser notada”, comenta.
Amber Wirga conta que suas referências são as
mulheres de sua vida
Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal
A artista já abriu shows de ícones drag
internacionais como Sharon Needles e Latrice Royale, ambas participantes do
reality americano. Todos podem ser descritos como uma mistura de purpurina, paetês
e cílios postiços. "Hoje estou na fase em que o drag me mostra que tenho
sim um papel como ser humano, independente do fato das bandeiras e reflexões
acerca de gênero, é importante você ter a noção de que está mexendo e
passando inúmeras emoções ao público”, finaliza.
“Eu sou a drag que encontra alguém na rua e pergunta sobre como tudo está. Não tenho apenas admiradores, eu tenho colegas e amigos” – explica Amber
Segundo ela, a arte drag foi uma
forma de sair de uma depressão profunda, transformando suas habilidades em quem
ela realmente queria ser. Além disso, Amber participou do último videoclipe da
cantora curitibana Mc Mayara. Confira o vídeo:
Texto: André Justus
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