A versatilidade da indústria tecnológica acaba gerando uma
enorme variedade de produtos eletrônicos. Os consumidores mal compram um
produto e já aparece outra novidade no mercado. Assim, esses produtos acabam
não durando, pois estragam ou simplesmente são trocados por aparelhos mais
novos. Mas o que fazer com o aparelho antigo? Jogar nos resíduos domésticos? Ou
no reciclável?
O técnico de Informática Edson de Oliveira conta que possui
muitos resíduos eletrônicos que não funcionam, por conta da sua área de
atuação. “Por não ter um lugar específico para descartar, eu acabo jogando
junto aos resíduos comuns”, comenta.
A lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a
Política Nacional de Resíduos Sólidos, no artigo 33, inciso VI, estabelece que
as empresas que produzem eletrônicos e componentes precisam implementar
sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo
consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de
manejo dos resíduos sólidos, ou seja, o consumidor tem o direito de devolver os
resíduos eletrônicos onde comprou.
Segundo Aquecir Cardoso, coordenadora de projetos da
Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Guarapuava, o trabalho é realizado em
conjunto com empresas “Nós firmamos uma parceria para que as empresas recolham
alguns resíduos que não são coletados no dia a dia e façam o destino correto”,
afirma.
Uma das empresas que faz esse trabalho é a SUC Ambiental. De
acordo com o proprietário Sandrigo Costa, na última ação, que aconteceu em
junho deste ano, foram coletadas aproximadamente 12 toneladas de resíduos
eletrônicos. “ E toda essa coleta é passada para uma empresa que faz a extração
dos produtos químicos e, em seguida, segue para outros países”, afirma o
empresário.
De acordo com a bióloga Jeane Souza, o lixo eletrônico é
composto por algumas substâncias como cádmio, mercúrio, chumbo e berílio. “As
substâncias como mercúrio são metais pesados quando descartados incorretamente,
podem contaminar a água e o solo. Quando a água é contaminada por mercúrio, por
exemplo, este elemento acaba sendo absorvido pelas algas, que acabam indo parar
nos organismos dos peixes que se alimentam delas e, assim sucessivamente, ou
seja, o mercúrio percorre toda a cadeia alimentar. Ainda segundo a bióloga, a
única forma correta é o descarte através da coleta seletiva. Em Guarapuava,
essa coleta não é feita periodicamente. “O ideal é que essa coleta fosse feita
sempre”, comenta Jeane.
De acordo com a lei, as empresas devem recolher os resíduos,
em Guarapuava, por exemplo, um dos poucos lugares que faz isso, é uma loja de
móveis no centro da cidade. O funcionário Daniel Ivanski explica que a empresa,
por pertencer a uma rede de lojas, tem projetos de preservação ambiental e
sustentabilidade. “Nós recolhemos bastante pilhas e baterias do pessoal que vêm
até a loja, mas temos dificuldade para dar o destino certo desses produtos
recolhidos”, complementa Daniel.
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