Por Elis Oliveira
Festividade do aniversário dos 42 anos de Márcio Ike |
Essa palavra significa: Seja bem vindo! E te convido para conhecer
um pouco da história da colônia japonesa da cidade de Pinhão. Eu sou
brasileira, nascida no Pinhão, mas que há sete anos aproximandamente, conheci e
aprendi a respeitar e admirar os costumes japoneses.
Primeiramente, lembremos que a maior colônia de japoneses
no Brasil está concentrada em São Paulo, com mais ou menos 700 mil
descendentes, logo vem o Paraná, com aproximadamente 150 mil. Os primeiros
japoneses chegaram ao Paraná por volta de 1930, devido à falta de estímulo do governo de São Paulo
para que eles cultivassem a plantação de café.
Dois homens
deram início a migração na cidade de Pinhão, o ano era 1974, Massaro Hassegawa
(in memorian) e Kesao Yamazaki vieram sozinhos na época, ficaram num pequeno
hotel, o objetivo era cultivar batata e arroz. Foram tempos difícies , começar do marco zero uma lavoura num
lugar desconhecido. No ano seguinte, seu Kesao ganhou uma companheira, sua
esposa Mitiko.
Família TAKEMOTO |
Dai em diante, foram chegando mais famílias, os Takemoto,
os Ike, os Nishimura, os Matsuda, Suzuki, os Maeda, os Shiguerara, os Inoue, até o
final da década 1970, muitos japoneses já estavam construíndo suas vidas no
Pinhão. Por volta de 1983, os japoneses começaram a plantar também
cereais (soja e milho). As primeiras famílias vieram com o intuito de trabalhar
na agricultura.
Família IKE |
Os
japoneses trouxeram consigo a cultura. A influência desses descendentes é bem
visível na sociedade por meio das suas festas e comemorações, também pela
introdução de novos gêneros alimentícios, como por exemplo o shoyu, o sukiaki
(cozido de carne com verduras e udon- macarrão japones), o sushi, sashimi ( peixes e outros frutos do mar crus com molho de soja e wasabi) entre outras, só lembrando que o
yakissoba é chinês.
Segundo
Mitiko, o moti é um dos elementos da cultura japonesa que a colônia mais
cultiva. Também conhecido como bolinho de arroz, o moti tsuki (bater moti) é
feito num ussu (pilão japonês), com a ajuda de um tsuchi (lê-se tsuti), que é
uma espécie de grande marreta de madeira, está é uma tarefa para duas pessoas,
o interessante no processo começa quando uma pessoa bate, enquanto outra
esborrifa um pouco de água nos intervalos entre as batidas (quando o
companheiro levanta o tsuchi), isso é feito para o arroz não grudar no bastão
ou no pilão.
É
repetido várias vezes até o arroz ficar no ponto certo do moti, virando uma
massa lisa e firme. Esse bolinho é um símbolo de comemoração, seja no ano novo
ou na festa do nascimento de uma criança. Ainda falando em arroz, tem o Gohan
que é o que há de mais essencial na culinária japonesa, eles costumam dizer que
"sem arroz não dá para viver". O arroz japonês é diferente do arroz
brasileiro devido a sua consistência.
42 anos de Márcio Ike |
Os costumes japoneses são bem
interessantes, por se diferenciar um pouco dos nossos costumes. Algo que
conheci na colônia em Pinhão é a comemoração do anivérsário de 41 anos
dos homens. Tudo porque, na cultura japonesa, eles acreditam que existem duas
fases nas quais homens (e mulheres) devem ter especial cuidado com a saúde e a
vida pessoal, são os “anos
críticos”, chamados de yakudoshi, por isso principalmente eles , quando
completam essa idade, fazem uma festa especial em comemoração, no ano seguinte,
se tudo correr bem, haverá outra festividade ainda maior.
Outra peculariedade da cultura
japonesa é a religião budista. Em Pinhão, Yukie Hassegawa conta que a maioria
das famílias são budistas, tem seu próprio santuário em casa, porém, por não
ter templos aqui na região, muitos japoneses são adeptos a outras religiões,
principalmente a católica, mas não deixando de lado a sua crença.
E como não falar do Karaoke, os
japoneses gostam de soltar a voz. Nas festas e nos encontros entre amigos, os
mais desinibidos cantam suas músicas sem acompanhamento musical muitas vezes,
algumas delas no idioma japones.
Muitos costumes
da cultura do Japão são vivenciados por seus descendentes nas diversas colônias
espalhadas pelo mundo, alguns hábitos não são costumeiros para nós brasileiros,
mas que para esse povo do sol nascente e do olhinho puxado são a base para suas
vidas. Algo que admiro na colônia é a união entre eles, muitos, não são nem
parentes, mas sempre estão ajudando-se mutualmente, seja na doença ou nas
alegrias. Um detalhe que não vemos habitualmente na cultura brasileira no
geral, é essa cumplicidade que um tem com o outro, e não pense que é só com os
seus semelhantes, mas faz parte da filosofia de vida dos japoneses serem gentis
e solidarios.
Senhoras no Dia das Mães ( Tereza, Cida, Mariza, Massako, Nanani) |
Outra coisa
legal, é que nas festividades ao longo do ano, para suprir a falta dos parentes
de longe, comemoram juntos, como é o caso do Dia das Mães e dos Pais. Nessas
datas há uma inversão de papéis, para festejar o dia das mães, os filhos vão
para a cozinha, além de prepararem atividades e prendas para as mamães.
texto bem legal, mostra que independente se nossos olhos são puxados ou não, nossos sotaques iguais, os japoneses tem uma cultura espetacular, que merece respeito e admiração, como a autora do texto coloca.
ResponderExcluiré nois pinhão (parte2)
ResponderExcluirPaulinia -SP
ResponderExcluirBoa Tarde Meu nome e Luiz Carlos ,estou tentando localizar uma pessoa de Guarapuava o nome e Meire ( Japonesa) morou em Campinas entre 1980e1990 e casada com Hideo Oda e acredito que esteja morando no Japao ,se alguem conhecer por estas poucas palavras favor me enviar um email...obrigado ( lucalink@uol.com.br )..