A arte é
algo incrível. Até bem pouco tempo nunca
havia realmente apreciado uma obra de arte como desta vez. Primeiro porque não
havia me dedicado a refletir sobre a sua importância. Na semana passada, a Unicentro por meio da professora Ana Maria Melech
proporcionou ao segundo ano de jornalismo um passeio ate Curitiba onde, visitamos o MON (Museu Oscar
Niemeyer). O objetivo era conhecermos as obras de Modigliani. Sinceramente
o que vi lá me impressionou.
No folheto
sobre a exposição de Modigliani lia-se: “Assim, o humano que se tornou
consciente de si compreende o outro tem inteligência e sabedoria, e, portanto,
poderá Ser artista. Tratará e desenvolverá o mundo simbólico. ESTE É
MODIGLIANI.” Refleti sobre essa frase enquanto apreciava a exposição. A cada
metro que eu avançava, sentia-me entrando
em um universo único. Não havia sons e ao mesmo tempo tudo dizia tanto. Fui
associando a leitura sobre sua vida, seus amigos e suas paixões com o filme e
conversas que tivemos em sala de aula. Cada detalhe fazia parte de um cenário no qual eu agora tomava parte. Quando parei
diante da primeira obra original do artista, fiquei estática. Havia tanto a ser
analisado. Embriaguei-me com o cheiro da tinta com o espaço boêmio no qual o artista
vivia. Tudo aquilo parecia estar muito presente, muito real para mim naquele
momento. Avancei, e confesso que não acompanhei o que meus colegas faziam a
partir daí. Fiquei absorta nesse universo, nem sei por quanto tempo, mas bebi
da água do artista. Acompanhava sua evolução ao longo dos anos, a influência
dos amigos e também dos rivais, a sensibilidade representada pela fragilidade
de sua saúde e por fim, a grande paixão.
Modigliani
amava as mulheres. Ficou conhecido como o artista que retrata a alma. Em uma de
suas pinturas na qual ele retrata sua grande paixão, Jeanne Héburterne,
pintou-a sem os olhos. Aliás, uma característica de suas obras. Questionado por
ela respondeu – “Quando conheceres tua alma pintarei teus olhos.” Jeanne era
estudante da Academia Colarossi, no bairro de Montparnasse. Nos poucos anos de
um relacionamento absolutamente intenso, abdicou de tudo para viver ao lado de
seu grande amor. Duas das obras pintadas por ela nesse período, nas quais ela
retrata a mãe, são caracterizadas por um excesso de tinta e predominância da
cor azul. As obras mostram uma mãe sofrida com fisionomia e postura
tristes. Seu pai desaprovava o romance, pois, o pintor era Judeu. Ela de
família cristã jamais poderia envolver-se com alguém assim, além é claro, de
vida mundana do pintor. Senti o conflito que se instalara em seu coração. Em
outra obra colocada ao lado desta, um leito. As pinceladas suaves apesar de
cores vibrantes, demonstram uma relação intensa, mas tranqüilizante ao mesmo
tempo, como quem diz, é por você que eu vivo. Este amor incondicional e sem
limites chega ao seu extremo com a morte de Modigliani. Jeanne, companheira
apaixonada, grávida de oito meses do segundo filho esta com o seu
vestido azul (presente de seu grande amor) arruma o cabelo,
capricha na maquiagem e atira-se para a morte do quinto andar aos 21 anos
de idade. A vida e as obras de
Modigliani, sejam na pintura ou na escultura (curta fase artística do pintor)
são fascinantes e me ajudaram a desenvolver um pouco minha visão para o mundo
das artes.
Comentários
Postar um comentário