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O avanço feminino nas eleições 2012



    Ao observarmos o cenário político atual, já não nos admiramos tanto em vermos as mulheres galgando altos cargos políticos. Elas já conquistaram seu espaço e têm contribuído muito para a mudança, tanto mundial como local. Basta citarmos Angela Merkel, na Alemanha, Cristina Kirchner, na Argentina, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e mesmo na política local, onde tivemos a primeira mulher eleita vice-prefeita da história de Guarapuava, Eva Schran.  Todavia, em se tratando de Brasil, essa conquista é recente, as mulheres só puderam ter o direito de votar, e serem votadas, no início do século passado, em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas, ou seja, há apenas 80 anos.

    Os números podem ajudar nessa reflexão, segundo o TSE, em 2012, em todo o Brasil, a participação das mulheres alcançou 31,6%, é a maior da história do país, nas candidaturas a vereador houve um aumento de 73%, em relação a 2008. É claro que temos que levar em conta a reforma eleitoral, que, em setembro de 2009, com a lei 12.034/2009, obrigou os partidos a apresentarem mulheres em 30% de suas candidaturas, de qualquer forma, foi um avanço. A lei obriga a colocar as candidatas, mas não a votar nelas, corrobora com essa reflexão, o fato de que em 2012, 7.653 (13% do total) foram eleitas para as câmaras municipais, e em 2008, foram 12,5%. Entre as prefeitas eleitas no primeiro turno também houve um grande avanço, em 2008, foram 504 (9,12%), em 2012, 663 (12,03%), um aumento de 31,5%.

    Em Guarapuava, foram quase 50 mulheres candidatas, que no total receberam 11.866 votos (9,9% dos votos válidos), sendo que, duas mulheres foram eleitas, menos de 10%, números menores que de 2008, quando elas correspondiam a 15,4% dos eleitos, também foram eleitas duas mulheres, todavia, o número de cadeiras era bem menor. Os números do município estão abaixo da média nacional, mas o fato de se ter uma mulher eleita dentro da prefeitura demonstra um avanço para as mulheres.
Existem, porém, aspectos que não aparecem nos números, elas têm demonstrado grande competência em suas funções políticas, são mais sensíveis aos problemas das próprias mulheres, crianças e idosos, além do mais, muitas delas são mães, religiosas e envolvidas com atividades sociais e comunitárias. Isso tem feito com que a sociedade, de modo geral, tome consciência do valor que elas têm e da igualdade de direitos em relação aos homens, e não só na política, mas também em outros ambientes que deveriam ser estimuladas a participar.

Jean Patrik Soares

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