Por Elis Oliveira
Quem nunca ouvir falar em Marina Colasanti e Ignácio de Loyola Brandão?
Loyola nasceu em
Araraquara, São Paulo, na década de 1930, para ele escrever é de berço. Seu pai
ferroviário, um homem excepcional, lia muito e assim o incentivava a ler
também, o primeiro livro que leu foi Cisne Negro e Patinho Feio.
Loyola é um contista, romancista e jornalista. Para ele, escrever é uma paixão, pretende
escrever muito ainda. Desde 1996, após um susto, quando teve aneurisma,
aprendeu a viver mais, passou a lidar consigo mesmo, adotou a filosofia do
devagar “não preciso correr, não quero ser encontrado, eu encontro quem eu
quero”, diz Loyola.
A crônica para ele nasce em qualquer lugar, tem um caderninho para anotar
tudo o que vê e sente, principalmente nomes, que podem vir a ser personagens em
seus livros. Nesses 44 anos de carreira, Loyola trabalhou no Jornal Última Hora
ao lado de Samuel Wainer e Jorge Andrade, entre inúmeros outras revistas e
jornais.
Brinca ao contar sobre sua mais célebre obra intitulada Zero. “Demorou 10
anos para escrevê-lo e fora proibido em um ano”. Disse que não se incomoda ao
ser muito lembrado por esse livro que conta os bastidores da ditadura de 1964.
Marina Colassanti- Foto Elis Oliveira |
Já Marina, também nascida em meados nos anos 1930, passou por uma
epifania leitora, depois da morte da mãe, o pai queria uma companhia para ler,
e começou a lher dar muitos livros. Desde então, ela vive numa pluralidade, por
isso não se detém num genêro somente. A autora reflete em suas obras fatos
cotidianos, sobre a situação feminina- e se diz uma feminista, o amor, a arte,
os problemas sociais brasileiros, tudo isso com uma sensibilidade profunda.
A autora escreveu durante 20 anos sobre a situação feminina. “Queria
dizer muitas coisas, daí saíram meus livros” comenta Marina, sobre o seu
propósito de escrever para uma leitora com novas ideias, principalmente para
uma dona de casa moderna.
Segundo Marina, para ler literatura precisa ser um bom leitor, porque
assim se tira dela muito mais proveito, fazendo assim múltiplas leituras, descobrindo
coisas por trás das palavras. Além disso, a literatura está mais urbana, os
jovens estão de olho nos preceitos da pós-modernidade, muita inserção de
erotismo, narrativa fragmentada, pouca realidade.
Algo que incomoda Marina é o uso errôneo dos seus escritos na internet,
ela se sente humilhada ao ver que seus textos são veiculados nas mídias de uma
forma diferente do que ela quis escrever. “Não gosto de me acostumar, não se
acostuma com o que não é legal”, comenta a autora indignada com a reprodução.
Tanto Marina como Loyola têm muitos pontos em comum, ambos trabalharam
durante anos como editores em revistas e jornais, possuem uma vasta e bonita
história em meio a leitura e ao escrever. Os dois são jornalistas e escritores
da vida, do que a sensibilidade os inspira. Para eles, seus livros querem
ajudar os seus leitores a se conhecer.
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