Caso alguém pergunte, num futuro distante, qual terá sido o meio de
expressão de maior impacto da era moderna, a resposta será quase unânime: o
cinema. Inventado em 1895 pelos irmãos Lumière para fins científicos, a sétima
arte revelou-se peça fundamental do imaginário coletivo do século XX, seja como
fonte de entretenimento ou de divulgação cultural de todos os povos globais.
O cinema chega ao Brasil com Affonso Segretto. Imigrante italiano que filmou cenas do porto do Rio de Janeiro, tornando-se nosso primeiro cineasta em 1898. Um imenso mercado de entretenimento é montado em torno da capital federal no início do século XX, quando centenas de pequenos filmes são produzidos e exibidos para platéias urbanas que, em franco crescimento, demandam lazer e diversão.
O cinema chega ao Brasil com Affonso Segretto. Imigrante italiano que filmou cenas do porto do Rio de Janeiro, tornando-se nosso primeiro cineasta em 1898. Um imenso mercado de entretenimento é montado em torno da capital federal no início do século XX, quando centenas de pequenos filmes são produzidos e exibidos para platéias urbanas que, em franco crescimento, demandam lazer e diversão.
Nos anos 30, inicia-se a era do cinema falado. Já então, o pioneiro
cinema nacional concorre com o forte esquema de distribuição norte-americano,
numa disputa que se estende até os nossos dias.
Com o lema “uma câmara na mão e uma ideia
na cabeça”, outros diretos impulsionam o que foi considerado o mais importante
movimento do cinema brasileiro: O Cinema Novo. Os filmes deste período começam
a retratar a vida real, mostrando a pobreza, a miséria e os problemas sociais,
dentro de uma perspectiva crítica, contestadora e cultural.
A década de 1990 é marcada pela
diversidade de temas e enfoques. O filme passa ser um produto rentável e a
indústria cinematográfica ganha impulso em busca de grandes bilheterias e altos lucros. Comédias, dramas, política e
filmes de caráter policial são produzidos em território nacional. Com políticas
de incentivo e empresas patrocinadoras, o Brasil
começa a produzir
filmes que mobilizam grande número de espectadores.
Cem
anos após os irmãos Lumière, considerados
os pais do cinema,
por terem sido os pioneiros na exibição de imagens em movimento o
cinema brasileiro busca seu papel na história da sétima arte, busca seu espaço
e seu reconhecimento, que aos poucos, vem se tornando cada vez mais possível.
Vamos
conferir agora um uma lista, com alguns dos principais filmes do cinema
nacional:
10
- O Pagador de Promessas (1962), de Anselmo Duarte
Baseado na obra de Dias Gomes, O Pagador de Promessas surpreendeu
até mesmo os apoiadores do cinema nacional ao ser o grande vencedor da Palma de
Ouro no festival de Cannes de 1962, o único brasileiro a conquistar tal prêmio.
Com Glória Menezes e Anselmo Duarte, o filme conta a história de um homem que
faz uma promessa no Candomblé para salvar seu burro, criando uma polêmica na
igreja católica.
9 - O Som Ao
Redor (2012),
de Kleber Mendonça Filho
O pernambucano Kleber Mendonça Filho, na rua de sua casa,
filmou O Som ao Redor, um suspense social sobre a relação
entre os vizinhos. Antes mesmo de ser lançado no Brasil, o filme rodou o mundo
arrancando grandes elogios e sendo inclusive considerado um dos dez melhores filmes de todo o mundo em 2012 no
The New York Times, além de conquistar prêmios em diversos festivais, indicando
que muita coisa boa está sendo feita no país.
8
– Olga (2004), de Jayme Monjardim
Olga é inspirado
na biografia escrita por Fernando Morais sobre a alemã, judia e comunista Olga
Benário Prestes. Olga foi um grande sucesso de bilheteria; 385 mil
pessoas o assistiram apenas no fim de semana de estreia no Brasil. A
obra também recebeu três prêmios no Grande Prêmio Brasileiro de Cinema de
2005, mas teve recepção negativa das imprensas alemã.
7
– Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964),
de Glauber Rocha
Símbolo maior do Cinema Novo, o longa
foi lançado pouco depois do Golpe Militar, mas já traz em seu enredo problemas
que continuaram em pauta durante a ditadura. O filme segue Manoel, um sertanejo
que mata o seu patrão após uma injustiça e acaba se juntando ao grupo de um
líder religioso e depois ao grupo do cangaceiro Corisco, que passa a ser
perseguido pelo matador Antônio das Mortes.
6
– Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976),
de Bruno Barreto
Dona Flor e Seus Dois Maridos
permaneceu durante 34 anos como o filme brasileiro mais visto, com um público
de mais de 10 milhões de pessoas. Com um toque de sensualidade, principalmente
pela beleza de Sônia Braga no papel principal, o filme conta a história de uma
cozinheira, casada com um malandro, que fica viúva e passa a se encontrar com o
fantasma do ex-marido depois de se casar novamente com um recatado
farmacêutico.
5 – Carandiru
(2003), de Hector Babenco
Baseada no
livro Estação Carandiru, de Drauzio Varella, se tornou o campeão de bilheteria
desde a retomada do cinema brasileiro, com 4,7 milhões de espectadores. O
longa-metragem, que retrata o massacre na Casa de Detenção de São Paulo, no
bairro do Carandiru, em São Paulo, foi também exibido no exterior com o
mérito de mostrar as condições sub-humanas dos presídios brasileiros. Ganhou
prêmios no festival de Havana e Cartagena.
4
- Vidas Secas (1963), de Nelson Pereira dos Santos
Baseado no livro homônimo de
Graciliano Ramos, é um dos filmes brasileiros mais premiados em todos os
tempos. Foi o único filme brasileiro a ser indicado pelo British Film Institute
como uma das 360 obras fundamentais em uma cinemateca. Neste filme fica
perceptível a influência marcante do neo-realismo italiano na obra do diretor
Nelson Pereira dos Santos. Além disso, foi o vencedor do Prêmio do OCIC e
Prêmio dos Cinemas de Arte em Cannes, 1964.
3 - Central do Brasil (1998), de Walter Salles
O longa-metragem ganhou o Urso de Ouro de Melhor Filme, o
Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e foi candidato ao Oscar de Melhor
Filme de Língua Estrangeira. A projeção alcançada por Central do Brasil foi um
dos grandes responsáveis pelo aumento no número de produções e de investimentos
no cinema nacional. Fernanda Montenegro também ganhou prêmios importantes por
sua atuação no filme, como o Urso de Prata, na categoria melhor atriz, do
Festival de Berlim. Além disso, teve indicações históricas da categoria melhor
atriz, no Oscar e, melhor atriz em drama, no Globo de Ouro.
2 - Cidade de Deus (2002), de
Fernando Meirelles
Foi um
marco no cinema brasileiro, por reformular as produções nacionais. Após seis
anos sem conseguir uma indicação a premiações entre os estrangeiros, o
longa-metragem foi um sucesso nos cinemas brasileiros, na Europa e nos Estados Unidos, fazendo com que pela
primeira vez um filme brasileiro concorresse em quatro categorias no Oscar de
2004.
1 – Tropa
de Elite 1 e 2 (2007, 2010), de José Padilha
Teve uma grande repercussão por ter sido o primeiro filme
brasileiro a, meses antes de chegar aos cinemas, vazar para o mercado pirata e
a internet. Mesmo assim, esse fato não impediu o filme de ter sido bem sucedido
nas bilheterias. O filme ainda recebeu o prêmio Urso de Ouro de melhor filme no
Festival de Berlim 2008. A continuação do filme, Tropa de Elite 2, também
dirigido por José Padilha, detêm atualmente o recorde de público do cinema
nacional, superando a marca de 11 milhões de espectadores, além de ser
considerado a maior bilheteria da história do Brasil. Tropa de Elite 2 levou
nove troféus no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2011, entre eles o de melhor
longa-metragem de ficção, melhor longa pelo júripopular e melhor ator para
Wagner Moura.
Por: Diana Pretto
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