Em termos de probabilidade, há mais
chances de você ser atingido por um raio (uma em 3 milhões), ser atacado por um
tubarão (uma em 11,5 milhões) ou morrer por causa de uma picada de
abelha (uma em 6,1 milhões). Mas e porque mesmo assim os brasileiros
gostam tanto de apostar?
Ideia atrativa que leva milhares de
indivíduos as lotéricas é a do “gaste pouco e ganhe muito”. Nosso prazer de viver não se baseia apenas
em nossa situação atual, mas também em nosso futuro, no que nossa situação pode
se tornar.
“As pessoas que jogam na loteria, há muitos anos, se tornam
dependentes do acaso para realizar seus sonhos materiais. É como se não
dependessem delas para conseguir as coisas. Jogam porque acham que é mais fácil
ganhar e assim conquistar seus objetivos”, diz a psicóloga Maria Terezinha.
Maria também adverte que, em alguns
casos, o jogo pode se tornar uma obsessão, porque a pessoa quer ganhar de
qualquer jeito e, não contando com a sorte, não consegue obter nenhum
resultado.
Para os jogadores inveterados, apostar a
sorte em jogos de azar sob a perspectiva de enriquecer sem esforço é excitante
e ajuda a fugir, muitas vezes, da realidade de uma vida econômica desfavorável.
Um dos motivos que conduzem apostadores ao vício
do jogo é a crise financeira, com o alto índice de desemprego no país e a
dificuldade de viver com os baixos salários, pessoas apelam para os jogos na esperança
de ganhar um dinheiro extra.
“Jogo na loteria há 25 anos. Nesse tempo
nunca ganhei nada, mas eu continuo jogando porque se eu não jogar, eu não vou
ganhar nunca e acho que uma hora eu ganho. Jogo na Mega Sena e compro a
Telesena sempre. Se eu ganhar, os meus problemas vão se resolver e eu ainda vou
poder ajudar meus amigos e familiares”, afirma Maria de Souza.
Silvia Oliveira, apostadora há 23 anos,
compra a Tele Sena e até hoje nunca ganhou nada e nem foi sorteada para
participar do programa do Sílvio Santos (que tem como tradição levar compradores
da Tele Sena para participarem do programa). "Também gosto de jogar na Loto Mania, mas
também nunca ganhei. Acho que seu eu ganhar o dinheiro não vou ter mais
problemas porque hoje em dia tudo é dinheiro, mas eu também não ia saber o que
fazer com todo aquele dinheiro. Aí precisa ver...”, admira-se ela.
Mas para alguns apostadores como a jovem Priscila
Marcante é preciso ter o pé no chão. Ela explica que joga na Lotomania com
frequência e tem consciência de que o dinheiro do prêmio não vai resolver seus
problemas. “No máximo, vai me proporcionar pagar minhas contas e satisfazer
minhas necessidades materiais, mas acredito que dinheiro não traz felicidade”,
conclui.
O fato é que inúmeros brasileiros, cada
um com sua opinião e ponto de vista a respeito dos jogos de azar, sabendo de
todos esses argumentos acima expostos, continuam apostando e gastando juntos,
todos os dias, milhares de reais em diversas alternativas de apostas, todos com
aquela velha esperança e perseverança de nosso povo de que, algum dia, a sorte
irá remar a seu favor.
Por: Diana Pretto
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