Memorial de Aires - Machado de Assis
Autor
Joaquim Maria
Machado de Assis nascido em 21 de junho de 1839, no Rio de Janeiro. Foi garoto
pobre, filho de um operário mestiço, que marcou a história da literatura
brasileira, sendo seus trabalhos constantemente republicados em vários idiomas.
Nos anos
de 1980, machado inaugura o Realismo na literatura brasileira, quando publica
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), essa marca a segunda etapa de sua
produção. O escritor desenvolve uma ironia feroz, um humor velado e amargo em
relação àquilo que retratava da sociedade.
Contexto Histórico
A obra Memorial de Aires publicada em 1908, mesmo ano de
falecimento do autor, foi o último romance de Machado de Assis que é o menos
pessimista da II fase, mas paradoxalmente, é o mais melancólico de todos.
Depois da morte da esposa Carolina (1904), o escritor sente-se triste e diminui
o ceticismo irônico em troca de uma evocação saudosa da vida familiar no Rio de
Janeiro da década de 1880. O tom nostálgico e terno da narrativa parece
corresponder à última visão de mundo do próprio Machado de Assis, sendo que a
própria personagem D. Carmo lembra em muito a esposa morta. Além disso, a narrativa do Memorial abrange os anos de 1888 e
1889. Machado de Assis, mestiço e discretamente abolicionista, registra com
simpatia, sempre usando as palavras atenuadas de Aires, o momento em que a
abolição da escravatura é concretizada.
A forma
adotada no romance é a de um diário. Assim, Machado de Assis pode continuar a
escrever no estilo "livre", repleto de digressões, que caracteriza
sua fase realista. Trata-se do diário de um aposentado, que pouco age e
que está interessado principalmente em observar como se comportam seus semelhantes. A temática da velhice é apresentada, na cena do cemitério,
não apenas de maneira literal é também mostrada de forma metafórica, por meio
das reflexões de Aires sobre o túmulo familiar.
Resumo da Obra
Marcondes de Aires, aposentado
após mais de trinta anos sendo diplomata no exterior, viúvo e solitário,
resolve escrever sobre si, sobre o casal Aguiar e sobre os “filhos postiços”
deste, Tristão e Fidélia, como meio de distração da tediosa velhice. Quando
escreve seu diário, Conselheiro Aires parece construir sua autobiografia
através da vida dos personagens que ele observa e descreve, pois assim, ele
analisa sua própria existência, claro que intrínseca de uma requintada ironia. Aguiar
e D. Carmo estão casados há 25 anos, tem um casamento estável e feliz, mas sofrem
com a ausência dos filhos. A mulher era a que mais sentia essa falta e para
aliviar um pouco essa dor transferiu seu amor de mãe para seu afilhado Tristão
e para a jovem viúva Fidélia, a qual chamava de “minha filha”.
Conselheiro Aires escreve seu
diário para fugir do ócio da velhice. Ao conhecer Fidélia, coloca-se desafiado
a conquistá-la, então aposta com a mana Rita que tinha certeza absoluta que a
viúva jamais se casaria de novo.Tristão deixa os pais “postiços” para
acompanhar seus pais em uma viagem à Europa. Acaba ficando por lá e formando-se
em medicina. Ele às vezes envia cartas até que não mais. A notícia de seu
retorno ao Brasil alegra o casal Aguiar, em especial d. Carmo, já que Fidélia
se despedira numa carta com um “da sua filhinha Fidélia”.
Ao se conhecerem Fidélia e
Tristão se apaixonam. Conselheiro Aires abandona seu desejo de casar-se com
Fidélia e volta-se totalmente para o casal Aguiar e para a sua condição de
velho, viúvo e solitário. Porém, sábio e equilibrado. Fidélia e Tristão casam-se
e vão para a Europa deixando mais uma vez o casal Aguiar solitários por estarem
longe de seus filhos. No último capítulo do diário, Aires parece almejar
juntar-se à solidão do casal Aguiar, o único destino dos velhos.
Referências
ASSIS, Machado. Memorial de Aires. São Paulo: Núcleo, 1996. - (Coleção Núcleo de
Literatura)
Memorial de Aires. Disponível em: <http://professorclaudineicamolesi.blogspot.com.br/2012/12/analise-38-memorial-de-aires.html> Acesso em: 26 de maio
de 2014.
Machado de Assis, Criador do Realismo Brasileiro. Disponível
em:<http://guiadoestudante.abril.com.br/blogs/entrevistas-defuntos-historicos/machado-de-assis-criador-do-realismo-brasileiro-fala-sobre-sua-vida-e-obra/> Acesso em: 26 de maio de 2014.
Memorial de Aires. Disponível em: <http://www.resumosdelivros.com.br/m/machado-de-assis/memorial-de-aires/>
Acesso em: 26 de maio de 2014.
Memorial de Aires – Terra Educação. Disponível em: <http://educaterra.terra.com.br/literatura/livrodomes/2004/04/05/000.htm>
Acesso em: 26 de maio de 2014.
Elaborado por: Jaqueline Almeida de Lima.
PET/LETRAS/UNICENTRO.
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