PERFIL FACES - BIA PIMENTEL
Por Carlos Souza
Bia Pimentel tem 23 anos e está no 4º ano do Curso de Jornalismo da Unicentro. No tema escolhido para o Trabalho de Conclusão de Curso, mostra seu interesse em assuntos sociais. Ela pesquisa a relação entre o funk e o feminismo. Mesmo em meio à correria da vida acadêmica, Bia ainda arruma tempo para militar em favor das causas sociais em que acredita.
Ela é uma das organizadoras do coletivo Claudia da Silva, que teve início há um ano. Uma das primeiras atividades foi promovida juntamente com a APP, que é o Sindicato dos Professores das Redes Públicas Estaduais e Municipais do Paraná: a primeira Marcha das Vadias de Guarapuava, movimento histórico de luta e resistência contra o machismo.
Nem sempre foi assim na vida de Bia, ela revela que demorou a se aceitar como negra, e que a maior dificuldade de aceitação era com o seu cabelo. “Eu não me via como mulher negra. Tive uma época de transição, depois comecei a me aceitar, larguei a progressiva, porque desde pequena eu alisei meu cabelo, gastava muito dinheiro por mês só com cabelo.”
Hoje, Bia sabe da posição que tem na sociedade e que lutar por direitos iguais não é só importante para ela, mas para a coletividade. Para ela, o que importa é o empoderamento da sua cor diante das pessoas. Ela não esconde de onde veio, sabe que sua vida não foi dificil, mas isso, não é motivo para não lutar pelo que acredita. “Eu sou uma negra de classe média, nunca passei fome, estudei em escola particular, estudo numa faculdade pública. Mas eu me conscientizo que muitos dos meus sofreram muito mais do que eu. Eles lutaram para que eu estivesse aqui hoje”. Tão importante quanto lutar por uma sociedade mais justa, Bia afirma que saber do seu passado e ter a consciência de onde veio são fundamentais.
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