At the teather - Guys |
Charles Baudelaire escreveu
um ensaio chamado “O pintor da vida Moderna” iniciado em 1863, sendo concluído
em 1868 sob o título de L’Art Romantique. Baudelaire analise a figura do pintor
na vida moderna e sua relação com vários setores e pessoas que estão ligadas a
arte.
No inicio da obra o autor
expõe uma crítica em relação as pessoas que valorizam mais as obras de arte
clássicas do que aquelas produzidas por artistas menores. Salienta a
importância da moda e da sua contextualização para compreendermos o passado e o
presente, pois segundo Baudelaire “o passado é interessante não só pela beleza
que dele souberam extrair os artistas para os quais ele era o presente, mas
igualmente como passado, por seu valor histórico”. Nesse trecho Baudelaire
explana que as vestimentas antigas que provocam risos e espanto carregam
valores de uma determinada época. Ao longo da reflexão sobre o “artista” e o “homem
do mundo”, o poeta francês utiliza como exemplo um amigo que é Constatin Guys –
pintor e desenhista (1805-1892), que conhece muito o mundo da moda. Para
Baudelaire, C. G é um típico “homem do Mundo”, pois ele não é somente um
artista é um individuo que possui interesse pelo mundo inteiro, que deseja
saber, entender e conhecer. Enquanto o “artista” vive no mundo moral e político
o “homem do mundo” é uma pessoa espiritual do universo. O “homem do mundo” esta
sempre atento com os olhos de águia contemplando as pequenas mudanças, as
coisas que parecem insignificantes. Um dos elementos que o “homem do mundo”
busca é a modernidade. Esta caracteriza-se pelo transitório, efêmero, como
aponta Baudelaire “a modernidade é metade da arte e a outra metade é o eterno e
o imutável”. São os pequenos detalhes que o pintor da modernidade arrebata da
multidão e tenta representar por meio de seus elementos.
A França, especialmente
Paris estava passando por múltiplas transformações urbanas arquitetadas por
Haussmann que mudaram profundamente o cotidiano das pessoas. Esse contexto de
mudanças permite que Baudelaire escreva e reflita sobre a modernidade em Paris
focalizando na arte. Para ele os pintores do século XIX deveriam ter o
compromisso de retratar os elementos de seu tempo, ou seja, retratar as
mudanças que estavam ocorrendo, a vida moderna. Por isso Baudelaire denomina Guys
como “homem moderno”, pois, considera que em suas pinturas o artista contempla
as paisagens da cidade (as carruagens, o andar das mulheres, as belas crianças,
a limpeza reluzente dos lacaios, a destreza dos criados. Ele torna-se diferente
de outras artistas para Baudelaire porque buscou a beleza passageira do
presente.
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