Lima Barreto
Em biografia de Lilia Schwarcz, escritor discute o racismo no Brasil recém saído da escravidão.
Lima Barreto em sua primeira internação por alcoolismo
“Nos personagens, nas tramas, em escritos pessoais, a atenção para a questão racial e as descrições dos tipos físicos dos personagens estão sempre em evidência”, diz a antropóloga Lilia Moritz Schwarcz. Se no começo do século XX, o determinismo racial – que dizia que populações mestiças e negras eram biologicamente mais fracas – estava em voga, Lima aparecia como uma voz dissonante, combativa e, muitas vezes, solitária. “A capacidade mental do negro é medida a priori, a do branco a posteriori”, escreveu em seu Diário, em 1904, oferecendo um retrato claro do teor de racismo que vicejava no Brasil pós abolição da escravatura."
O tema racial, não por acaso, é também o de maior relevância na biografia Lima Barreto: Triste Visionário, que Schwarcz lança em 10 de julho, pela Companhia das Letras. “O Lima é um personagem bem interpretado. Toda a leva de pesquisadores que seguiram o Francisco de Assis Barbosa, seu primeiro biógrafo e difusor de sua obra, é excelente. A pergunta que eu fiz, que não se tinha feito muito ainda, é sobre a questão racial”. Neto de escravos e filho de pais livres, nascido no dia 13 de maio de 1881, na mesma data em que sete anos depois a lei áurea colocaria um fim na escravidão, Lima abordou o tema a partir de sua própria experiência. Sua obra, nesse sentido, é extremamente autobiográfica."
Escrito por André De Oliveira (24/07/2017)
O resto da reportagem pode ser encontrada em:
Acesso em: 28/11/2017
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