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Mostrando postagens de dezembro, 2016

O cão

            Desci do ônibus por volta das dezesseis horas. O sol estava quente e fazia as velhas se esconderem debaixo dos guarda-chuvas. Eu ouvia Beatles. Passou por mim uma dessas senhoras com sua cabeça branca fresca na sombra. Desci as escadas do ônibus e caminhei pela calçada, indo para casa. Atravessei a rua pela faixa de pedestres – ao menos, nesse caso, se fosse atropelada, a errada não sou eu. Andei pela calçada quebrada, onde qualquer cadeirante não poderia andar, mostrando que a acessibilidade não é o forte da prefeitura (ou quem sabe ela seja necessária apenas no centro, onde a campanha eleitoral mostra).             Quando virei à direita, na outra esquina, vi uma catadora de lixo. Seu carrinho não estava nem perto de cheio, e tinha apenas alguns papelões, garrafas e outras coisas que não consegui identificar. Ela estava só. Protegia a cabeça com um boné velho, e tinha um cachorro maltrapilho que provavelmente a seguia esperando alguma comida.             À minha esq

PERFIL FACES - Pedro Dall’Agnol Ribeiro

Por Carlos Souza Pedro Dall’Agnol Ribeiro tem 23 anos e é natural de Minas Gerais, da pequena cidade de Pouso Alegre. “Eu havia me formado e queria fazer uma faculdade pública, e como eu tinha uma namorada em Guarapuava, decidi vir pra cá”, conta. Ele está há mais ou menos cinco anos na cidade, e seu envolvimento com o movimento estudantil aconteceu gradualmente. “Eu já era próximo das causas políticas desde mais novo, já que meus pais eram engajados politicamente”. E, quando chegou em Guarapuava e começou a cursar história, Pedro iniciou sua história dentro do movimento estudantil da Universidade Estadual do Centro-Oeste, a Unicentro. “No meu primeiro ano de faculdade em participei por cima do Centro Acadêmico do curso, mas foi no final de 2012 que eu conheci a galera dos movimentos aqui da cidade, esse pessoal mais da esquerda”, explica. Segundo Pedro, há uma falha muito grande dos movimentos estudantis em não promover uma discussão política mais ampla, e, para mais além, es

PERFIL FACES - Valdemar dos Santos

Por Carlos Souza Valdemar dos Santos tem 55 anos e é líder do coral da Igreja Adventista há mais de 30 anos. Essa sua aproximação com a música sacra o fez coordenar um projeto de canto na Penitenciária Industrial de Guarapuava, a PIG, entre os anos de 2003 e 2006. “Era visto na penitenciária aqueles que tinham alguma afinidade com a música e tinham bom comportamento, aí estes que participaram do projeto”, explica. Porém, mesmo com o fim do coral há mais de dez anos, seu Valdemar continua tentando melhorar a vida das pessoas, hoje com serviço voluntário. No começo, admite seu Valdemar, o trabalho com os presos era um pouco complicado. “Dava um pouquinho de medo, sabe? Mas, com o tempo a gente passa a conhecer eles melhor, aí foi muito legal”, conta. E, ele vê como fundamental o papel da música e da própria arte como um todo no processo de ressocialização e mesmo na vida de qualquer pessoa. Porém, ele não hesita em afirmar que existe música que faz mal. “Tem música que te eleva o e

PERFIL FACES - Elisandra Carraro E Pâmela Andrade

Por Carlos Souza Elisandra Carraro e Pâmela Andrade são estudantes do quarto ano de jornalismo e, todo segundo domingo de cada mês, vão ao hospital santa terezinha, para fazer o bem e poder alegar um pouco o dia das pessoas que estão com problemas saúde. Pâmela conta que sempre buscou envolver-se com ações sociais. “é muito gratificante ajudar o próximo. Mas, na verdade, você está fazendo bem para você mesmo. Até mesmo quando você não está bem, você vai, pinta o rosto e esquece tudo para fazer o bem para o outro.” Elisandra acha que o melhor de participar desse projeto e a vivência com as pessoas. “Quando você  deixa sua casa num domingo para ir ao hospital, você  doa sua vida para aquelas pessoas. A gente percebe que nossos problemas são menores que os dos outros, que há dificuldades maiores que a nossa. Poder levar alegria a uma pessoa não tem preço.” Na opinião de Elisandra, o que o projeto doutores da alegria faz é ajudar ao próximo sem saber quem é e isso transcende a que

CAMINHADA NA NATUREZA É ALTERNATIVA DE ESPORTE E LAZER PARA O FIM DE SEMANA

Em sua 9ª edição a Caminhada na Natureza traz aos guarapuavanos uma excelente opção de esporte e lazer para o fim de semana. Neste domingo (11), pela segunda vez o Rio das Pedras será o cenário da caminhada. O percurso é de aproximadamente 10 km e oferece aos participantes a diversidade paisagística e cultural que o campo possui. A caminhada tem leves subidas, mas a maioria do trajeto será em terreno plano. Será um dia de muito lazer para contemplar as belas paisagens naturais com a família e os amigos.  Esta edição da caminhada seria realizada no último domingo (03), mas teve a data alterada por causa da chuva.  A programação começa com o Café Rural às 7h da manhã, segue com a largada às 8h e Almoço Rural ao meio dia. O Café Rural terá virado de feijão e cachorro quente, no valor de R$10. Já o cardápio do almoço tem arroz carreteiro, frango com polenta e quatro tipos de salada, no valor de R$18. Para participar basta se inscrever gratuitamente na sede da Secretaria ou através do lin

Apresentação do Coral dos Anjos marca aniversário de Guarapuava

Já virou tradição. A apresentação do Coral dos Anjos no Parque do Lago marca há dez anos os eventos comemorativos natalinos da cidade. Além disso, a edição desse ano vai celebrar também o aniversário de 197 anos de Guarapuava. A apresentação está marcada para as 20h desta sexta(09) mas o espetáculo começa apenas quando escurecer, com o intuito de deixar a apresentação mais encantadora. O repertório da noite vai contar com 14 músicas que falam sobre espírito natalino,a magia do natal e o nascimento de Jesus. Nos últimos cinco meses,o Coral Municipal junto com os professores das 36 escolas municipais prepararam as três mil crianças que vão participar da apresentação. O evento promete encantar a todos que comparecerem. Além da apresentação das crianças haverá queima de fogos e uma surpresa especial. Karina Louise
PERFIL FACES - BIA PIMENTEL Por Carlos Souza Bia Pimentel tem 23 anos e está no 4º ano do Curso de Jornalismo da Unicentro. No tema escolhido para o Trabalho de Conclusão de Curso, mostra seu interesse em assuntos sociais. Ela pesquisa a relação entre o funk e o feminismo. Mesmo em meio à correria da vida acadêmica, Bia ainda arruma tempo para militar em favor das causas sociais em que acredita. Ela é uma das organizadoras do coletivo Claudia da Silva, que teve início há um ano. Uma das primeiras atividades foi promovida juntamente com a APP, que é o Sindicato dos Professores das Redes Públicas Estaduais e Municipais do Paraná: a primeira Marcha das Vadias de Guarapuava, movimento histórico de luta e resistência contra o machismo. Nem sempre foi assim na vida de Bia, ela revela que demorou a se aceitar como negra, e que a maior dificuldade de aceitação era com o seu cabelo. “Eu não me via como mulher negra. Tive uma época de transição, depois comecei a me aceitar, larguei a p

Her: A sutileza trágica de um relacionamento incomum

Cartaz do filme, lançado em 2013   Theodore (Joaquin Phoenix) é um escritor de cartas por encomenda e, estando em meio a um complicado processo de divórcio, apaixona-se por sua assistente pessoal – um sistema operacional. Her (2014), filme escrito e dirigido por Spike Jonze, é, em sua superfície, um filme que trata do amor; porém, carrega em si uma carga de conteúdo que vai além, discutindo temas como a efemeridade dos relacionamentos, o uso excessivo de tecnologia e a solidão.    Sensível, tímido e constantemente confuso com relação à vida, Theodore, quando não está trabalhando, passa seu tempo em casa com seu videogame ou saindo com seus amigos Charles (Matt Letscher) e Amy (Amy Adams), característica que, de certo modo, não o faz ser um clichê de pessoa antissocial; ele, então, adquire o OS1, um sistema operacional com inteligência artificial feminina chamado Samatha (Scarlet Johansson). O relacionamento de Samatha e Theodore surge e se desenvolve de forma gradual: num prime