Desci do ônibus por volta das dezesseis horas. O sol estava quente e fazia as velhas se esconderem debaixo dos guarda-chuvas. Eu ouvia Beatles. Passou por mim uma dessas senhoras com sua cabeça branca fresca na sombra. Desci as escadas do ônibus e caminhei pela calçada, indo para casa. Atravessei a rua pela faixa de pedestres – ao menos, nesse caso, se fosse atropelada, a errada não sou eu. Andei pela calçada quebrada, onde qualquer cadeirante não poderia andar, mostrando que a acessibilidade não é o forte da prefeitura (ou quem sabe ela seja necessária apenas no centro, onde a campanha eleitoral mostra). Quando virei à direita, na outra esquina, vi uma catadora de lixo. Seu carrinho não estava nem perto de cheio, e tinha apenas alguns papelões, garrafas e outras coisas que não consegui identificar. Ela estava só. Protegia a cabeça com um boné velho, e tinha um cachorro maltrapilho que provavelmente a seguia esperando alguma comida. À minha esq
Palavras soltas não dizem nada,cabeças sem conteúdo refletem o vazio... Foi pensando em preencher o vazio da mente e organizar as palavras que nasceu o Gorpa Cult, uma provocação que virou blog. Coordenado pela professora Níncia Cecilia Ribas Borges Teixeira, o blog é mantido pelos Petianos do curso de Letras da UNICENTRO.