Nincia Cecilia Ribas Borges Teixeira
Civilização
Civilização é um conto de Eça de Queirós em que é narrada a vida de Jacinto, um homem novo e culto que vivia luxuosamente, rodeado dos mais sofisticados e recentes inventos e das mais belas obras-primas da literatura. O conto é o embrião do romance A Cidade e as Serras.
De fato, Jacinto era um homem sempre aborrecido, desanimado e entediado, apesar do luxo em que vivia. Era o protótipo do homem civilizado, mas também da infelicidade. Tudo havia de mudar quando o protagonista decidiu ir passar uma temporada bem longe da civilização. Jacinto tentou superar o isolamento enviando para aí todos os equipamentos técnicos e demais apetrechos que julgava indispensáveis a uma vida civilizada e luxuosa. Contudo, ao chegar, apercebe-se que os caixotes enviados não tinham chegado e que a nenhuma da suas ordens, relativas à realização de obras na casa, tinha sido cumprida.
Inicialmente desmoralizado e ainda mais pessimista com tamanha "tragédia", Jacinto é, subitamente, invadido e transformado pela beleza e simplicidade da vida campestre. E vai ser assim, longe da civilização, dispensando os exageros do luxo, que Jacinto redescobre o prazer e a alegria de viver.
No conto Civilização, temos um confronto entre duas concepções de vida, expe-rienciadas por um mesmo personagem, o milionário Jacinto.
O conto tem como principal objetivo criticar o tipo de progresso que torna o homem escravo de uma sociedade de consumo e pode ser estruturado em duas partes: a primeira representa uma crítica à sociedade civilizada; a segunda, uma solução para essa crise.
De fato, Jacinto era um homem sempre aborrecido, desanimado e entediado, apesar do luxo em que vivia. Era o protótipo do homem civilizado, mas também da infelicidade. Tudo havia de mudar quando o protagonista decidiu ir passar uma temporada bem longe da civilização. Jacinto tentou superar o isolamento enviando para aí todos os equipamentos técnicos e demais apetrechos que julgava indispensáveis a uma vida civilizada e luxuosa. Contudo, ao chegar, apercebe-se que os caixotes enviados não tinham chegado e que a nenhuma da suas ordens, relativas à realização de obras na casa, tinha sido cumprida.
Inicialmente desmoralizado e ainda mais pessimista com tamanha "tragédia", Jacinto é, subitamente, invadido e transformado pela beleza e simplicidade da vida campestre. E vai ser assim, longe da civilização, dispensando os exageros do luxo, que Jacinto redescobre o prazer e a alegria de viver.
No conto Civilização, temos um confronto entre duas concepções de vida, expe-rienciadas por um mesmo personagem, o milionário Jacinto.
O conto tem como principal objetivo criticar o tipo de progresso que torna o homem escravo de uma sociedade de consumo e pode ser estruturado em duas partes: a primeira representa uma crítica à sociedade civilizada; a segunda, uma solução para essa crise.
José Matias
José Matias foi o último texto de Eça de Queirós a ser publicado quando o autor ainda era vivo. No conto Eça de Queirós apresenta critica o ultra-romantismo.
Em José Matias os discursos não seguem a ordem cronológica dos eventos. O narrador se auto-denomina Filósofo, e nós, leitores, somos identificados a seu interlocutor e, nas primeiras linhas, recebemos o convite:
Por que não acompanha o meu amigo este moço interessante ao Cemitério dos Prazeres?
A narrativa é em 1ª pessoa com o narrador (um amigo de José Matias) conversando com outra pessoa durante esse trajeto. Conta a história em flash-back, Eça reconstitui logo no início, a vida de José Matias, "um rapaz airoso" e "duma elegância sóbria e fina", estudioso dos círculos literários lisboetas, culto e sofisticado, mas que, segundo o narrador em seu último encontro com ele, estava em estado lastimável. O desenrolar do conto dá-se na apresentação e na descrição de Elisa (a bela musa dos últimos românticos), e o motivo, segundo o narrador, da derrocada na vida de José Matias. Casada com o conselheiro Matos Miranda e vizinha do Visconde de Gamilde, Elisa é a típica mulher da pequena burguesia portuguesa e que encarna a beleza romântica... Temos então, o discorrer da vida de ambos, Elisa enviuva de Matos de Miranda e, após aguardar José Matias durante bom tempo, casa-se com Torres Nogueira. Torna-se viúva novamente e, ainda assim, José Matias a contempla como uma musa abstrata, como uma espécie de amor platônico, deixando-a em pânico. Os sucessivos casamentos da bela Elisa Miranda mantém inalterável a adoração de José Matias.
Este conto apresenta, assim, três situações semelhantes que evoluem porque, de cada vez que Elisa se casa, o tempo vai passando e o modo de vida do protagonista vai decaindo até se encontrar na miséria.
O tesouro
O conto O tesouro é uma história de astúcia e crimes. A ação concentra-se em torno de uma "viagem" de três irmãos pela floresta em busca de um tesouro perdido, tendo como tema principal a ambição desmedida e resumindo a moral da história ao sábio ditado popular "quem tudo quer tudo perde".
Tal como Shakespeare, também Eça nos conta uma história com humor, imaginação e alguma poesia, e também algo de trágico e amargo. No entanto, por detrás do trágico, há um prazer do lúdico, da dimensão onde se pode desvendar, através das personagens, uma visão negra da humanidade e das relações entre os indivíduos.
Personagens
Rui: Gordo e ruivo. Avisado, calculista, traiçoeiro.
Guanes: Pele negra, pescoço de grou, enrugado. Desconfiado, calculista, traiçoeiro.
Rostabal: Alto, cabelo comprido, barba longa, olhos raiados de sangue. Ingênuo, compulsivo.
Predomina o processo de caracterização direta, visto que a maior parte das informações nos são dadas pelo narrador. No entanto, os traços de traição e premeditação de Rui e Guanes são deduzidos a partir do seu comportamento (caracterização indireta).
As personagens começam por ser apresentadas coletivamente ("Os três irmãos de Medranhos..."), mas à medida que a ação progride, a sua caracterização vai se individualizando, como que sublinhando o predomínio do egoísmo individual sobre a aparente fraternidade.
Tempo
A ação decorre entre o inverno e a primavera, mas concentra-se num domingo de primavera, estendendo-se de manhã até à noite. O inverno está conotado com a escuridão, a noite, o sono, a morte. E é no inverno que nos são apresentadas as personagens, envoltas na decadência econômica, no isolamento social e na degradação moral (E a miséria tornara estes senhores mais bravios que lobos.). Por sua vez, a primavera tem uma conotação positiva, associa-se à luz, à cor, ao renascimento da natureza, sugere uma vida nova, enquanto o domingo é um dia santo, favorável ao renascimento espiritual.
Espaço
A ação é localizada nas Astúrias e decorre, a parte inicial, nos "Paços de Medranhos" e, a parte central, na mata de Roquelanes. Somente o episódio do envenenamento do vinho é situado num local um pouco mais longínquo, na vila de Retorquilho.
Simbologia
À leitura do conto ressalta de imediato a referência insistente ao número três, de todos os números aquele que carrega maior carga simbólica.
Desde logo, são três os irmãos; e o três é também um símbolo da família — pai, mãe, filho(s). Mas aqui encontramos uma família truncada, imperfeita — nem pais, nem filhos, apenas três irmãos. Não há, aliás, a mais leve referência aos progenitores dos fidalgos de Medranhos, como se eles nunca tivessem existido. Essa ausência da narração é, de certo modo, um símbolo da sua ausência na educação dos filhos. Sem a presença modeladora dos pais (ou alguém que os substituísse), Rui, Guanes e Rostabal dificilmente poderiam desenvolver sentimentos humanos: vivem como "lobos", porque — imaginamos nós — cresceram como lobos.
Eles próprios não foram capazes de constituir uma família verdadeira, do mesmo modo que os três, apesar dos laços de sangue e de viverem juntos, não formam uma família e sempre pela mesma razão: porque são incapazes de sentir o amor.
O tesouro está guardado num cofre . Um cofre protege, preserva, permite que o seu conteúdo permaneça intocado ao longo do tempo. A sua utilização é significativa do caráter precioso do conteúdo. Igualmente significativo é o fato de o cofre ser de ferro, material resistente, simultaneamente, à força e à corrupção.
Singularidades de uma rapariga loira
É uma história de amor. O amor de um jovem honesto e trabalhador, Macário, por uma rapariga loira que "Tinha o carácter louro como o cabelo - se é certo que o louro é uma cor fraca e desbotada: falava pouco, sorria sempre com os seus brancos dentinhos, dizia a tudo «pois sim»; era muito simples, quase indiferente, cheia de transigências". É por esta rapariga que é aparentemente dócil e sem vontade própria que Macário se apaixona, a ponto de sair de casa de seu tio Francisco, onde trabalhava como escriturário e ir até Cabo Verde em negócios, só para merecer a mão de Luísa. No entanto, Luísa é, de fato, um a rapariga loura e singular.
Conto cujo discurso já não segue a ordem cronológica dos eventos, apresentando alterações relativamente a essa ordem ao recorrer quer à analepse quer ao regresso a um tempo no qual ou o protagonista pressupostamente narra sua a história ou uma testemunha a enuncia.
O narrador conhece Macário quando este já tem uma certa idade. Numa estalagem no Minho, narrador e Macário partilham o mesmo quarto — o que facilita a confidência e o relato da vida de Macário, suscitados por uma conversa ao jantar sobre a beleza feminina das terras do Norte. A reação a esta conversa faz perceber ao narrador que há alguma história por detrás do silêncio de Macário a estes comentários. Macário vem depois contar a sua história ao companheiro de hospedagem, já no quarto. Assim se inculca no leitor a idéia de que se trata de uma história verdadeira, desencadeando aquele tipo de imaginar prescrito na ficção realista. É suposto o leitor acreditar que o narrador ouviu as confidências de Macário e só desta forma consegue transmitir a história. A idéia de que é verdade tudo o que se conta não surge de chofre, com uma entrada direta na intriga ficcional, como acontece no conto No Moinho, mas sim através de um narrador que se declara "positivo e realista" e que mostra em que cirscunstâncias ouviu o relato do próprio protagonista. Mas logo o narrador se apodera desse relato e só muito esporadicamente reaparece o diálogo entre o narrador e o protagonista.
A história de Macário organiza-se em diversas sequências temporais configurando situações diferentes, mas com uma certa simetria:
— Primeiro, encontramos Macário como guarda-livros, trabalhando na casa comercial do seu Tio Francisco, e enamorado de Luísa que vem morar em frente.
— Numa segunda situação, vemos Macário sem dinheiro e procurando emprego, porque o Tio não consente o casamento.
— Num terceiro momento, relata-se a partida de Macário para Cabo Verde numa comissão de serviço e o seu regresso com dinheiro para noivar.
— Uma quarta situação mostra-nos Macário novamente pobre, por ter servido de fiador de uma loja de ferragens cujo negócio vai por água abaixo: Macário honra a sua palavra e paga, mas fica sem dinheiro novamente.
— Num quinto momento, conta-se a readmissão na casa do Tio Francisco, com licença para casar.
— Finalmente dá-se o triste desenlace.
Para além da analepse, verifica-se que a história tem uma estrutura repetitiva: por duas vezes Macário fica pobre e por duas vezes consegue vencer esta situação seja com uma partida em trabalho para Cabo Verde, seja com o regresso ao primitivo local de trabalho, porque o Tio Francisco lhe perdoa a sua teimosia em casar. A composição do conto serve-se, portanto, do paralelismo de situações, e o conto evolui porque essas situações semelhantes apresentam também alguns avanços. Com efeito, se na primeira vez que Macário, sem dinheiro, vai falar a seu tio encontra uma resposta negativa, já na segunda vez o tio, reconhecendo o carácter honrado do sobrinho, lhe permite regressar à sua casa comercial. O conto vai, assim, progredindo dentro do paralelismo.
O conto compõe-se de duas partes: a primeira, mais descritiva, através da qual se configuram as personagens e os contextos em que se movem; a segunda parte, onde abunda o diálogo dá-nos conta, resumidamente, das duas situações semelhantes por que passa Macário, as duas vezes em que está sem dinheiro.
Portanto, compositivamente este conto apresenta dois andamentos narrativos de extensão desigual — o tempo dos eventos narrados que compõem a intriga e o tempo do encontro entre narrador e protagonista, onde é suposto o primeiro se inteirar dos eventos — sendo ambos os tempos contemporâneos do leitor. Mais uma vez vemos acionado o Princípio de Realidade onde é suposto que tudo se passa como no mundo coevo do leitor.
Para além da duplicidade temporal, o conto também se serve do paralelismo das situações com as diferenças necessárias para o evoluir do enredo. Este tipo de composição permite um maior distanciamento do leitor relativamente à história contada, sugerindo que o leitor acione o seu espírito crítico de modo a não se deixar levar pelas aparências como aconteceu com Macário. À boa maneira realista, propedeuticamente, o caso de Macário deve funcionar como uma lição e evitar que o leitor incorra num erro semelhante.
Suave Milagre
O conto fala-nos de Jesus, das suas aparições e dos seus milagres, o conto mostra-nos que quem procura Jesus e não acredita nunca o encontra, mas quem acredita encontra-o sempre mesmo estando doente porque o rico procurou e não encontrou, o forte (que tem poder) procurou e não encontrou, mas a criança estava doente não se mexia e acreditava em Jesus, pediu à mãe que o fosse procurar porque o queria ver e Jesus apareceu à criança. O conto tem como objetivo mostrar que quem não acredita não consegue ver Jesus, mas quem acredita vê sempre.
Fonte: www.passeiweb.com.br
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