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Mostrando postagens de abril, 2012

Parque das Araucárias: Sintonia com a natureza deixada de lado

Parque das Araucárias (Foto: Marcos Guerra)     Algum tempo atrás, fiquei pensando sobre os vários lugares que Guarapuava possui destinados ao lazer, que, muitas vezes, não custam nada, mas que mesmo assim quase não são visitados. O Parque Municipal das Araucárias é um destes lugares, pouco lembrado pela população, é um espaço em que famílias podem passar uma agradável tarde de domingo em sintonia com a natureza. Além das trilhas existentes no parque, há também o museu de ciências naturais, que mais do que entretenimento, proporciona conhecimento a seus visitantes.     O fato preocupante, neste caso, é que apesar de toda aprendizagem e distração que o local é capaz de proporcionar, é raro vê-lo com bastante movimento, mesmo em finais de semana e feriados, pouquíssimas são as famílias que elegem este como o passeio da vez. Talvez por preferirem programas mais "urbanos", ou por terem perdido a cultura de fazer tarefas relacionadas à natureza, a questão é que um espaç

Preservando a memória e cultivando as tradições

Karoline Fogaça    Um povo sem memória é um povo que não preserva sua cultura, por isso que há quase 22 anos o grupo polonês Serce Polski vem cultivando as tradições polonesas em Guarapuava. O grupo que teve seu início em 1990, mas sua primeira apresentação em 1991 leva esse nome que significa “Coração Polonês”, pois, há tempos a cidade de Guarapuava era conhecida como cidade coração.         Guarapuava foi colonizada por brancos europeus que vieram para o Paraná no final do século 19. Houve uma grande imigração de italianos, ucranianos e poloneses.                O grupo começou porque famílias de descendentes poloneses queriam recuperar e preservar a cultura dos imigrantes que vieram pra cá. No início do século 20 nossa cidade já teve uma sociedade polonesa chamada Associação Polonesa de Guarapuava que posteriormente se tornou Clube Cruzeiro, mas chegou ao fim.               A preservação da memória é muito importante para que a tradição não se perca, então a partir da “N

Olhe para o céu

Você já viu esse fenômeno? É o pôr-do-sol na Lagoa Dourada - Bairro Boqueirão Todos os dias, após o trabalho, tenho o privilégio de observar  o pôr-do-sol   de Guarapuava. É incrível como o céu está pintado com cores e traços diferentes. Nem todos param para ver isso, a correria, a pressa, a falta de tempo faz com que muitas vezes fiquemos cegos e deixemos de reparar nas paisagens maravilhosas da nossa cidade. Você já reparou no céu azul de Guarapuava? E no pôr-do-sol   do Parque do Lago? Quando ele está se pondo, os raios parecem flutuar sobre a água, o brilho é intenso e as cores em tons quentes fazem com que o olhar se prenda naquele momento. Para apreciar momentos como este, não é preciso ir longe. A nossa cidade tem como vantagem a grande área verde e os poucos prédios. O céu de Guarapuava não é bonito apenas durante o dia. À noite, tanto a lua quanto as estrelas são majestosas. Essa mesma lua já inspirou milhares de apaixonados, e até mesmo a composição de um

Devotos do Divino promovem Folia em Pinhão

“Salve o Divino Espírito Santo, oia, oia!”. Cantarolando esse verso, o grupo de foliões chega às casas das famílias pinhãoenses. A bandeira vai à frente, o bumbo dá o ritmo, a sanfona e os vilões embelezam, ainda mais, a cantoria. O padre segue a procissão e, por meio de palavras e gestos, realiza a benção. A família acolhe a bandeira e os foliões em sua casa, acompanha tudo atentamente. Emociona-se, ora, agradece e se despende na expectativa de que no próximo ano tudo possa acontecer novamente. A Folia do Divino Espírito Santo é uma manifestação de caráter religioso popular muito comum em algumas regiões do nordeste brasileiro. E, curiosamente, presente, também, na cidade de Pinhão, município localizado na região Centro-sul do estado, aproximadamente a 45 km de Guarapuava. O grupo dos foliões é composto por 30 pessoas, ligadas à paróquia, que cantam ou tocam determinado instrumento. A Folia tem por objetivo propagar a devoção ao Divino Espírito Santo levando a sua bandeira na casa

O ESPETÁCULO PAIXÃO DE CRISTO

Itamar Abreu Turco Em Guarapuava, é apresentado há nove anos o espetáculo Paixão de Cristo. O maior espetáculo da cidade, enquanto produção cultural, quantidade de atores e espectadores. A apresentação ocorre na Praça da Fé, localizada ao lado da rodoviária, na sexta-feira santa. O Espetáculo Paixão de Cristo é um exemplo que é possível produzir uma cultura além da cultura. Para essa produção, diversas pessoas são envolvidas. São nove bairros da cidade envolvidos, tanto com atores como também organizadores, desde figurinos até suporte técnico. Neste ano, foram mais de 800 atores para um público de quase 40 mil espectadores. A junção do religioso com a arte emociona e redimensiona a história da cidade. Segundo Rita Felchak, coordenadora do evento, os atores são todos guarapuavanos, 97% são jovens. Uma novidade que foi constatada nesse ano, foi a inversão de papéis para alguns personagens. Os jovens do Bairro Industrial haviam apresentado nos anos anteriores o papel da tentaç

Mulher, sinônimo de empreendedorismo e criatividade

Karoline Fogaça Adriane Horst Mães, esposas, donas de casa, profissionais, terapeutas, amigas e várias outras coisas, as mulheres conseguem ser mil em uma só. Cuidar dos filhos, do marido, da casa e ainda trabalhar, conseguem fazer várias coisas ao mesmo tempo. Dentre todas essas facetas, as mulheres têm defeitos e muitas qualidades, e quando procuramos, encontramos algumas com ideias fantásticas e inovadoras vindas das mulheres, é o caso da Adriane Schneider Cordeiro Horst.         Andando pelas ruas de Guarapuava me deparo com um carro diferente escrito “Boutique de Rua”, não tem como isso não chamar a atenção por onde passa. Conversando com Adriane, ele me contou um pouco sobre sua vida e sobre esse seu novo trabalho.    Ela é professora e começou a vender roupa como sacoleira, no início de 2011, por influência das amigas. Como não consegue ficar parada em um ambiente só, se deu bem com esse novo trabalho, mas em todo lugar que ela levava suas roupas encontrava algo

Um ritmo que leva o corpo ao embalo

Geyssica Reis O grupo de pagode Contemplação surgiu há cinco anos. Formou-se com o intuito de reunir os amigos e animar os churrascos da galera. Com o passar do tempo , o grupo se tornou cada vez mais conhecido. Os convites para tocarem nas casas de danças de Guarapuava e região e também em festas, principalmente dos universitários, tornaram-se mais frequentes. O Contemplação conta com oito integrantes, Carlos Eduardo, Ezaquias de Freitas, Luiza Cezar, Renan Kuster, Bruno Rafael, Isaac Ramos, Guilherme Batera e Diego Lima. Todos possuem uma profissão, paralela a carreira de músico, alguns fazem faculdade e outros ainda já têm família. Quando questionados como conciliam todas as atividades, frisam que o Grupo não foi criado com a visão de somente gerar lucro, portanto, os shows realizados acabam se tornando uma atividade pessoal e não somente profissional. Outro tema abordado na conversa em que tive com o grupo, é se eles ainda notam preconceito das pessoas quanto ao gênero do

A morte: uma abordagem na cultura guarapuavana

Morrer é muito mais que um atestado de óbito. Crentes e não crentes se unem nesse momento para tentar encontrar conforto. O velar ou vigiar com a família do falecido é uma forma cultural mundial para confortar as lágrimas dos entristecidos. Ao vermos um tema como esse, percebemos que o assunto é pesado. Enfrentar a situação de morte não é fácil mesmo. A morte para alguns é entendida como fim, para outros é uma passagem, para outros é uma angústia. Há diversas formas de mortes: a dos direitos, da privação de liberdade, da autonomia, dos valores, mas aqui nos referimos da morte enquanto um corpo sem vida. Há morte por doenças, há morte provocada, há morte morrida. Em nossa realidade muitos morrem e passam despercebidos, outros na hora da morte são honrados, enfim, a morte geralmente provoca mudança. Muitas mortes hoje acontecem pela violência ou com o outro o consigo mesmo. Mortes no trânsito, pelo uso de drogas, outras ainda dentro de casa e, portanto, a que mais gera

Lágrimas que sobreviveram à serpente

Foto: Karoline Fogaça É raro o dia que não passo pela Lagoa das Lágrimas. Toda vez algo diferente chama atenção. Parando para interpretar sua importância, ela é protagonista de duas lendas da cidade. Para a criação da Lagoa, conta-se uma história de que existiam duas tribos próximas a essa região, e uma índia viu seu amado deixando-a para lutar em uma batalha. Quando os outros homens dessa tribo voltaram derrotados, ela começou a procurar seu noivo, mas ele nunca voltaria. Em sinal de tristeza e fidelidade, ficou por ali, chorando, onde nasceu uma vertente de água, que refletia a beleza da índia que chora. Depois dessa história da origem, ainda existe o conto de que há uma serpente em baixo daquele solo, em que sua cabeça estaria em baixo da Catedral e a cauda em baixo da Lagoa, assim que o primeiro trem apitasse, a serpente despertaria e a cidade desmoronaria, adiando por um tempo o progresso e desenvolvimento na cidade. Passando de carro ou a pé, dando voltar incessantes, pouco s