Pular para o conteúdo principal

E pra você, futebol é cultura?

Kamila Dussanoski
          Resolvi escrever sobre uma paixão, que felizmente ou infelizmente para alguns (eu diria poucos) não é só minha. Qual é o meio de comunicação que não reserva seu espaço para falar sobre futebol? Entre os vários esportes existentes, é o Futebol aquele que mais capacidade mobilizadora demonstrou possuir. Mas afinal, futebol é cultura? Tem lá alguma coisa com cultura? E eu diria, é claro que tem, futebol é cultura sim, uma Copa do Mundo é cultura sim, não falando do país onde ela será, mas de toda a cultura que traz com ela, na última Copa do Mundo, por exemplo, quanta cultura da África veio a tona, e para aqueles que estiveram no país então, esses sem dúvidas conheceram muito além. Uma copa do mundo é união de povos, culturas e credos diferentes, é o mundo, o mundo todo que se mistura naquele momento.



          E mais, tudo se expressa no futebol, são pais apaixonados que dão nome de jogador aos filhos, adultos que se tornam crianças colecionando álbuns e figurinhas e muitos filmes, documentários e livros surgem, relembrando histórias e conquistas, eu mesma guardo comigo alguns dvd’s de filmes e livros sobre a história do meu time e dos meus ídolos, e grandes histórias é o que não falta, posso citar aqui dois: ‘’Estrela Solitária: um Brasileiro Chamado Garrincha’’, de Ruy Castro, que conta a história vitoriosa da carreira de Garrincha, e não poderia deixar de citar ‘’Tri Mundial’’ de Daniel Perrone, que exalta uma das glórias mais emocionantes do Tricolor Paulista. Esse último tive a honra de acompanhar a conquista em 2005, ler o livro quando saiu e conversar com o autor no ano passado, toda a emoção de estar no Japão e acompanhar a conquista ele expressa no livro. 



          Essas obras e tantas outras mostram o quanto de manifestações existe no futebol, seja em filmes, músicas, coleções, livros ou blogs, o futebol ganha terreno na formação social do brasileiro e influencia a cultura de todo o país.
          Mas o que há por trás desse tal futebol que conquista todo um mundo? Que encanto é esse que desperta os mesmo sentimentos, a mesma emoção, a mesma alegria, o mesmo sofrimento, até o mesmo choro, em pessoas de todos os cantos, independente da classe social ou da cor da pele. Como aquele momento do gol faz anular tantas coisas? Como o futebol faz você abraçar a primeira pessoa que estiver na sua frente? Como essa paixão te faz viajar, ir a estádios, deixar de fazer outras coisas e dedicar toda a sua atenção para aqueles 90 minutos? Também te faz comprar camisas, bandeiras e sentir orgulho daquele time, te faz ter ídolos e amar um clube. Futebol é mesmo um fenômeno capaz de romper qualquer cultura. 



"... É preciso ter o Futebol no sangue, e a gente, neste momento, não dúvida de que qualquer laboratório detectaria a presença do Futebol no sangue de cada brasileiro...". (Mino Carta editorial da Revista Isto É, n° 212 - jan/81)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

RESUMO DA OBRA "VÁRIAS HISTÓRIAS", DE MACHADO DE ASSIS

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de família pobre e mulato, sofreu preconceito, e  perdeu a mãe na infância, sendo criado pela madrasta. Apesar das adversidades, conseguiu se instruir. Em 1856 entrou como aprendiz de tipógrafo na Tipografia Nacional. Posteriormente atuou como revisor, colaborou com várias revistas e jornais, e trabalhou como funcionário público. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Algumas de suas obras são Memórias Póstumas de Brás Cubas , Quincas Borba , O Alienista , Helena , Dom Casmurro e Memorial de Aires . Faleceu em 29 de setembro de 1908. Contexto Histórico Várias histórias foi publicado em 1896, fazendo parte do período realista de Machado de Assis. Os contos da obra são profundamente marcados pela análise psicológica das personagens, além da erudição e intertextualidade que transparecem, como por ex., referências à música clássica, a clássicos da literatura, bem c

Pintores Paranaenses

A partir do século XIX, a pintura passou a se desenvolver no Paraná, incentivada por pintores como o imigrante norueguês Alfredo Andersen, e Guido Viaro, o segundo vindo da Itália. Ambos dedicaram-se ao ensino das artes visuais, além de pintarem suas obras inspiradas principalmente nas paisagens e temas do cotidiano paranaense. Responsáveis também pela formação de novas gerações de artistas no estado, como o exemplo de Lange Morretes, Gustavo Kopp e Theodoro de Bona, todos nascidos no Paraná. Alfredo Andersen, apesar de norueguês, viveu muitos anos em Curitiba e Paranaguá, e ainda hoje é tipo como o pai da pintura paranaense. Foi ele o primeiro artista plástico atuar profissionalmente e a incentivar o ensino das artes puras no estado. Ele se envolveu de forma muito intensa com a sociedade paranaense da época em que viveu, registrando sua história e cultura. Rogério Dias, outro grande exemplo, sempre foi autodidata, sua trajetória artística tem sido uma soma de anos de paciente

“Esta terra tem dono!”

Do alto, o Cacique Guairacá observa a cidade. Imortalizado em bronze, junto ao seu lobo, ele vigia os moradores e dá boas vindas aos visitantes. Sem dúvida ele é o símbolo de Guarapuava, que traz suas raízes indígenas estampadas até no nome. Uma das vertentes históricas, afirma que o Cacique Guairacá, viveu por estas terras em meados do século XVII. Nessa época, o tratado de Tordesilhas dividia a América do Sul ao meio (ou nem tanto) e Guarapuava se situava em terras espanholas. E como toda grande colonização desta época, havia a opressão indígena – seja a escravização por armas ou pela catequização, tiveram sua cultura esmagada pelo cristianismo europeu.  E também como no Brasil inteiro, houve resistência por parte dos índios. Mas ao contrário do resto da América, aqui tinha o Cacique Guairacá, que complicou muito a vida dos colonizadores.  Armado com lanças e arco e flecha, ele comandou embates aos berros de “CO IVI OGUERECO YARA!” (ou “Esta terra tem dono”). E o