Pular para o conteúdo principal

Contos Novos – Mário de Andrade

Autor
      Mário Raul de Moraes Andrade ou simplesmente Mário de Andrade nasceu em São Paulo em 9 de outubro de 1893, vindo de uma família aristocrata, formou-se no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Os trabalhos com literatura começou quando escrevia críticas para jornais e revistas. Morreu em 1945 aos 51 anos, devido a um enfarte do miocárdio, em sua casa.
     O poeta, romancista, crítico de arte, musicólogo, professor universitário e ensaísta Mário de Andrade teve muita importância sendo considerado unanimidade nacional e reconhecido por críticos como o mais importante intelectual brasileiro do século XX.

Contexto Histórico

      Contos Novos foi escrito em um momento de crise pessoal, no ano de 1947 e publicado posteriormente , marcadas por uma purificação compositiva e estilística. Contos de estrutura moderna, que marcaram as décadas de 30 e 40, onde a descrição procura apontar a corrente de pensamento dos personagens.
      Contos Novos é composta por nove narrativas que evidenciam um profundo mergulho na realidade social e psíquica do homem brasileiro.
      As nove tramas do Contos Novos compõem um projeto claro de olhar para o homem comum, mostrando sua realidade. As narrativas são feitas na primeira pessoa, compostos de elementos autobiográficos e constituem uma sensível construção de memória, pessoal e coletiva.

Resumo da Obra

Vestido Preto

Juca se lembra da infância quando teve um envolvimento amoroso com sua prima Maria, foram surpreendidos no meio de um beijo pela Tia Velha. Desde então se mantiveram distantes na adolescência pelo desinteresse de Maria pelo primo. Quando adultos Juca descobre que a prima havia se casa e acabam se encontrando, ela está deslumbrante vestida de preto no momento Juca se contem e apenas diz boa noite e foi a última vez que se viram.

O Ladrão

Toda vizinhança é acordada por gritos de pega ladrão, aos poucos todos saem de suas casas e se mobilizam para encontrar o tal ladrão, porém, ninguém viu nada e a existência desse começa a ser questionada. Isso tudo valeu para reunir os vizinhos durante aquela madrugada paulista.

Primeiro de Maio

Conta os conflitos e as emoções do operário chamado de chapinha 35 que vê o dia do trabalhador passar em um momento histórico do Estado Novo. 35 espera ver mudanças e liberdade democrática a todos.

Atrás da Catedral de Ruão

Uma professora de francês Mademoiselle que tinha quarenta e três anos ainda é virgem, mas tem grandes desejos carnais o que faz duas moças compartilharem experiências com a professora. Sente-se perseguida por alguém atrás de uma catedral, o que acaba nunca acontecendo.


O Poço

Um fazendeiro de setenta e cinco anos chamado Joaquim Prestes queria construir um poço em sua propriedade, então mandou que seus empregados construíssem, mas o fazendeiro era autoritário e não respeitava os trabalhadores.  A obra atrasou por estar frio e chovendo, o que deixou o patrão descontente, quando vai reclamar aos empregados sua caneta tinteiro cai no poço e ele força que os mesmos encontrem seu pertence, dois dias depois a caneta é encontrada e devolvida à Joaquim mas esse a joga no lixo pois já não prestava, e ao fim abre a gaveta com várias outras canetas tinteiro.

Peru de Natal

Após a morte do pai Juca resolve proporcionar a família (irmã, mãe e tia) um natal diferente para afastar as tristezas do luto, para tal sugere que na ceia degustem um peru, afinal, em vida o pai nunca havia oferecido para família um natal assim.

Frederico Paciência

Juca e Frederico são dois adolescentes que estudam juntos e mostram-se muito amigos tão amigos que acaba gerando comentários homossexuais, depois que terminam o ginásio Frederico se dedica mais aos estudos, Juca nem tanto. Quando o pai de Frederico morre vem à tona o que Frederico escondia e confirma as suspeitas. Ele e a mãe se mudam para o Rio pouco tempo depois a mãe acaba morrendo também, Frederico e Juca desde então só se comunicam por cartas.

Nélson

Nélson é um homem misterioso e quando está em um bar sentado sozinho em uma mesa quatro homens da mesa ao lado começam a tentar descobrir quem é ele e de onde vem. Ao perceber que está sendo observado Nélson se levanta e vai embora.

Tempo de Camisolinha

Um menino que já estava crescendo recebe a notícia que seus cabelos irão ser cortados, esse fica abalado tendo apenas de lembrança de quando era menor a camisolinha que vestia. O garoto vai para uma casa na praia para melhor conforto da mãe que está grávida, lá ele conhece um operário que lhe dá três estrelas dizendo que essas trariam sorte. A criança fica toda feliz, mas encontra um homem que lhe conta que não tem sorte na vida, então o menino entrega uma das estrelas para que o homem tenha sorte e volta par a casa triste por ter agora somente duas estrelas.

Referências

ANDRADE, Mário de. Contos Novos. Rio de Janeiro: Itatiaia. 17 ed. 1999.


De - Jaqueline e Almeida de Lima
Por: Diana Pretto



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

RESUMO DA OBRA "VÁRIAS HISTÓRIAS", DE MACHADO DE ASSIS

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de família pobre e mulato, sofreu preconceito, e  perdeu a mãe na infância, sendo criado pela madrasta. Apesar das adversidades, conseguiu se instruir. Em 1856 entrou como aprendiz de tipógrafo na Tipografia Nacional. Posteriormente atuou como revisor, colaborou com várias revistas e jornais, e trabalhou como funcionário público. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Algumas de suas obras são Memórias Póstumas de Brás Cubas , Quincas Borba , O Alienista , Helena , Dom Casmurro e Memorial de Aires . Faleceu em 29 de setembro de 1908. Contexto Histórico Várias histórias foi publicado em 1896, fazendo parte do período realista de Machado de Assis. Os contos da obra são profundamente marcados pela análise psicológica das personagens, além da erudição e intertextualidade que transparecem, como por ex., referências à música clássica, a clássicos da literatura, bem c

Pintores Paranaenses

A partir do século XIX, a pintura passou a se desenvolver no Paraná, incentivada por pintores como o imigrante norueguês Alfredo Andersen, e Guido Viaro, o segundo vindo da Itália. Ambos dedicaram-se ao ensino das artes visuais, além de pintarem suas obras inspiradas principalmente nas paisagens e temas do cotidiano paranaense. Responsáveis também pela formação de novas gerações de artistas no estado, como o exemplo de Lange Morretes, Gustavo Kopp e Theodoro de Bona, todos nascidos no Paraná. Alfredo Andersen, apesar de norueguês, viveu muitos anos em Curitiba e Paranaguá, e ainda hoje é tipo como o pai da pintura paranaense. Foi ele o primeiro artista plástico atuar profissionalmente e a incentivar o ensino das artes puras no estado. Ele se envolveu de forma muito intensa com a sociedade paranaense da época em que viveu, registrando sua história e cultura. Rogério Dias, outro grande exemplo, sempre foi autodidata, sua trajetória artística tem sido uma soma de anos de paciente

“Esta terra tem dono!”

Do alto, o Cacique Guairacá observa a cidade. Imortalizado em bronze, junto ao seu lobo, ele vigia os moradores e dá boas vindas aos visitantes. Sem dúvida ele é o símbolo de Guarapuava, que traz suas raízes indígenas estampadas até no nome. Uma das vertentes históricas, afirma que o Cacique Guairacá, viveu por estas terras em meados do século XVII. Nessa época, o tratado de Tordesilhas dividia a América do Sul ao meio (ou nem tanto) e Guarapuava se situava em terras espanholas. E como toda grande colonização desta época, havia a opressão indígena – seja a escravização por armas ou pela catequização, tiveram sua cultura esmagada pelo cristianismo europeu.  E também como no Brasil inteiro, houve resistência por parte dos índios. Mas ao contrário do resto da América, aqui tinha o Cacique Guairacá, que complicou muito a vida dos colonizadores.  Armado com lanças e arco e flecha, ele comandou embates aos berros de “CO IVI OGUERECO YARA!” (ou “Esta terra tem dono”). E o