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Lobas, time feminino de Rugby se destaca em Guarapuava e região




Inspiradas na atleta da seleção brasileira e de Curitiba, Haline, as amigas Guarapuavanas Daiana Felchak e Tauana Oliveira resolveram montar um time de Rugby aqui na cidade. Decidiram juntar pelo menos doze atletas e segundo Tauana o processo foi seletivo. “O primeiro grupo foi escolhido a dedo. Depois falamos com o Presidente do Clube de Guarapuava, O Lobo Bravo, que nos apoiou de imediato e no mesmo instante propôs que Waldir Reccanello fosse o nosso ajudante com os treinos. Então no dia 23 de Janeiro de 2013 as Lobas nasceram”, conta.

Quais campeonatos já participaram

II Etapa do Campeonato Paranaense. Nesta etapa, acabamos surpreendendo, já que nunca tínhamos jogado e logo no primeiro jogo saímos na frente do adversário. Não conseguimos a vitória, mas jogamos de igual pra igual e ao fim da etapa conseguimos uma vitória diante do Maringá, um time já experiente na competição. De seis equipes, ficamos em quinto, tendo a atleta Angela Marx considerada a jogadora revelação da competição.
Jogamos também a III Etapa e surpreendemos ainda mais, ficamos em quarto lugar de sete equipes, sendo eu, Tauana Oliveira, considerada atleta revelação da competição.

Em seguida, jogamos os Jogos Abertos do Paraná, em Cascavel, tendo um resultado notável com a terceira colocação na competição e eu indicada ao Prêmio Orgulho do Paraná.

Jogamos ainda a IV Etapa do Paranaense, mas não fomos tão bem, por ter vários desfalques e atletas lesionadas, ficamos em sexto de seis equipes. Não jogamos a última etapa pelos mesmos motivos e ainda assim ficamos em quinto lugar no geral de sete equipes.

Todas essas competições citadas foram em 2013. Em 2014, conseguimos trazer a primeira Etapa para Guarapuava, onde ficamos em quinto lugar de sete equipes. A II Etapa ocorreu em Cascavel onde ficamos com o terceiro lugar, um feito inédito. Conquistamos ainda a taça bronze em uma das etapa do campeonato sul brasileiro em Curitiba, participando como convidadas, outro feito inédito. E a última etapa do Paranaense será em Guarapuava, no final de Novembro. Atualmente estamos em quarto no ranking geral, resultados excelentes para o pouco tempo do time.

Existe patrocínio? É difícil o apoio?

O incentivo ao esporte é precário, todas as competições citadas e todos os custos são bancados por nós mesmas, desde uniformes até às inscrições. Não temos apoio financeiro de nenhuma empresa e a Prefeitura Municipal de Esportes nos apoia ajudando no transporte para as competições. Temos alguns apoiadores que fornecem seus serviços em troca de publicidade. Academia Cia do Corpo fornece a academia para o treinamento das atletas, Farmácias Trajano fornece medicamentos para as competições, Rede TVplay nos fornece espaço de publicidade e Felchak produções apoia com troca de serviços. Em 2014 firmamos convênio com a Faculdade Guairacá.

O time possui vínculos com alguma entidade?

Agora em 2014, firmamos convênio com a Faculdade Guairacá, agora o Clube é Lobo Bravo Faculdade Guairacá Rugby. E também em 2014, conseguimos um convênios com o SESI no projeto atletas do futuro.

Quantas meninas participam?

Em média 25 meninas, com bastante rotatividade.

Qualquer pessoa pode participar ou existe uma seleção?

Qualquer meninas, com qualquer biótipo pode jogar. Pode ser Alta, baixa, gorda, magra, fraca, forte, rápida, lenta, ex atleta, sedentária, ativa. O rugby é para todas e qualquer uma pode aprender.

Quais as maiores dificuldades?

As maiores dificuldades são, primeiramente, manter o clube apenas com as finanças das atletas. Em segundo, o local de treinos, como o campo municipal estava em reforma treinamos na praça ucraniana ou na quadra do Joaquim Prestes. Ajuda, mas não é muito favorável, visto que as dimensões do campo são bem maiores e assim temos o treinamento prejudicado quando as habilidades são passadas para o campo em dia de competição. A terceira maior dificuldade é atrair atletas, pois o rugby dá uma falsa impressão de violência, quando na verdade é um jogo para verdadeiras damas.

Como é praticar um esporte ainda pouco conhecido no Brasil?

O rugby é o segundo esporte que mais cresce no mundo e a Copa do Mundo de rugby só perde para a copa do mundo de futebol em magnitude. Além das dificuldades já citadas, existem as referentes ao preconceito, à falta de incentivo, o descaso, a desvalorização. Em contrapartida, a superação em manter tudo isso na ativa é o que nos motiva a quebrar paradigmas e continuar fazendo a diferença. Esperamos em breve ter várias crianças praticando o esporte para que assim tenhamos a renovação desde as categorias de base até as equipes de rendimento na categoria adulta.

Quais são os planos para o time?

Os planos são de um dia, que está próximo, estar entre os primeiros do Estado, assim poderemos participar de competições nacionais de maneira competitiva. Para isso, queremos obter bons resultados e atrair patrocinadores, a fim de montar projetos de categorias de base e renovação de atletas, bem como firmar parcerias com grandes empresas em favor da sociedade guarapuavana, com projetos de voluntariados usando o esporte como ferramenta educacional de jovens e crianças até a vida adulta.


É importante ressaltar que o rugby é um esporte baseado na ética. Os jogadores são ensinados a valorizar o adversário, o companheiro e o árbitro, pois sem ambos o esporte não seria possível. Os torcedores são incentivados a terem apenas atitudes motivacionais e não ofensivas. É um esporte que recebe qualquer pessoa de braços abertos, após os jogos a equipe vencedora aplaude a perdedora e é tradição realizar o chamado terceiro tempo, uma confraternização das equipes, onde todos viram um time só em comemoração ao rugby e a equipe anfitriã fornece o jantar à equipe recebida.


Por: Amanda Bastos Maciel

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