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A evolução do dinheiro

    Como você já sabe, hoje em dia pra comprar alguma coisa, pagar alguma conta, você precisa ter dinheiro. São sete notas que representam os valores: um real, dois reais, cinco reais, dez reais, 20 reais, 50 reais e 100 reais. Cada mercadoria tem um valor que você pode comprar com uma dessas notas, ou com a junção de várias delas. Mas você sabe quando o dinheiro de papel começou a existir? 
    Pra explicar isso, vamos voltar no tempo, logo depois que os colonizadores chegaram ao país. Naquela época, as pessoas produziam alguns produtos, separavam uma parte para consumir, e o restante trocava por outros produtos. Por exemplo, na minha terra eu produzo vários tipos de alimentos, verduras, frutas e legumes. Mas como não crio nenhum animal, não planto arroz, batata e nem algodão, então preciso procurar alguém que produza isso e que queira trocar pelos produtos que eu tenho. Essa troca é chamada de escambo, e embora pareça coisa que só acontece no passado, na verdade não. Hoje em dia ela ainda acontece, algumas pessoas fazem essa troca através dos classificados do jornal e das redes sociais, e isso também se chama escambo. Mas vamos voltar a historia.
    Com o passar do tempo, as trocas começaram a evoluírem, algumas mercadorias passaram a ser mais valorizadas e se transformaram em moedas-mercadoria, como foi o caso do bambu na China, fios na Arábia, e do sal na Roma Antiga. Mas com essa forma de escambo ainda não era possível guardar a sua riqueza, já que os alimentos eram perecíveis. A descoberta do metal no século VII a.C. veio para facilitar acabar com esse problema e facilitar a vida das pessoas.
    As primeiras moedas criadas eram de ouro, prata e cobre, elas tinham vários formatos, e eram fabricadas manualmente. Foi com o tempo que ganharam uma forma padrão e desenhos como os que encontramos nas moedas de hoje.
    Foi na idade média, período do século V (cinco) ao século XV (quinze), que surgiu a ideia de guardar as moedas, por causa da dificuldade de transporte, e usar um comprovante em papel com o valor que a pessoa possuía. Funcionava assim: você entregava o dinheiro para os ourives, pessoas que faziam e vendiam objetos de ouro e prata. Eles contavam e anotavam num recibo o valor da quantia guardada, aí você usava o comprovantes para realizar suas compras. Já no século XVII surgiu o primeiro banco, localizado na Inglaterra, onde as pessoas levavam suas moedas e produtos e trocavam por recibos, como já faziam com os ourives. As moedas de papel, como eram chamados os comprovantes também foram evoluindo, e no começo do século XIX possuíam os valores fixos nas notas (assim como é hoje), para evitar alterações dos valores nos recibos.
    No Brasil essa evolução do dinheiro também aconteceu. Nosso país sempre foi rico em produção de diversos produtos como, por exemplo, a produção de algodão, soja e açúcar. Por causa disso, o sistema de troca ou escambo como vimos agora pouco, permaneceu por muito tempo em nosso país. As primeiras moedas brasileiras surgiram há 371 anos, ou seja, em 1645.
 Mudanças para controlar a inflação

    Para facilitar o acesso ao dinheiro, vários bancos foram instalados em várias cidades, mas com tantos bancos entregando papéis com valores sem controle, a crise financeira surgiu, não só no Brasil, mas no mundo inteiro. Para resolver esse problema, era necessário ter o controle do dinheiro que circulava em cada país. Afinal, a quantidade de dinheiro deve ser igual à quantidade de serviços e produtos oferecidos pela economia. Foi assim que cada país criou um órgão responsável para fazer esse controle. No Brasil esse órgão chama-se Banco Central e foi criado em 1964, pelo rei de Portugal, Dom Pedro II.
    Mas não foi nada fácil para o país dar fim a crise econômica. O país tinha em circulação mais dinheiro do que a quantidade de serviços e produtos. Vamos te explicar melhor. Se eu tenho cinco cadernos iguais não posso trocar por oito vales caderno, porque depois não posso oferecer os outros três cadernos que faltam, certo? Para o dinheiro é a mesma coisa, se o país produz produtos e fornece serviços que valem, por exemplo, R$1.000.000 ele não pode imprimir R$1.500.000 de dinheiro, porque não tem produtos e serviços para oferecer.

    Por isso, o país não pode tentar resolver uma crise colocando mais dinheiro em circulação. Se isso acontece, o país tem que aumentar o preço das mercadorias para recuperar o dinheiro impresso indevidamente e isso se chama inflação. Mas então porque ainda continuam fabricando novas cédulas? As notas continuam sendo impressas para substituir as notas velhas, que com o tempo acabam rasgando ou ficando ilegíveis. E se você tem uma nota dessas velhas e rasgadas em casa, basta levar ao banco e trocá-la por outra, do mesmo valor. 

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