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Alguém me explica?


Eu gostaria de entender por que algumas lojas, imobiliárias e relojoarias em Guarapuava fecham suas portas na hora do almoço. Afinal, esta me parece a hora mais propícia para que aqueles que trabalham durante o “dia útil” têm para resolver seus assuntos pessoais no comércio. Revezamento de funcionário está aí para isso.

Ok, eu até entendo que para alguns empresários isso geraria custos adicionais e etc, mas eu não aceito que este mesmo empreendedor não se arrisque para pelo menos ver se dá certo. O bom empreendedor é aquele que vai bolar uma promoção, um diferencial para atrair mais consumidores, e dessa forma suprir o gasto “adicional” que supostamente teria se não baixasse as portas no horário de almoço.

Por que alguns guarapuavanos têm medo de se arriscar, medo do novo?

Guarapuava é uma cidade consideravelmente grande, bonita, mas tão atrasada em certos aspectos...

De um lado, não temos opções em áreas de lazer para a família nos fins de semana ou ambientes alternativos que fujam dos locais de sempre: CTG's, baladas de sertanejo universitário e apenas um pub. De outro lado, parte da população ignora novos empreendimentos que se instalam na cidade e, desmotivados, pouco aguentam ficar por um ano.

Como explicar tanta desconfiança ao novo?

De que adianta clamar por um shopping se as novas lanchonetes, restaurantes e afins que abrem na cidade passam meses às moscas até que o guarapuavano realmente confie e prestigie aquilo?

É perceptível que uma coisa puxa a outra, e continuamos rolando a bola de neve do investimento versus desconfiança/desinteresse sem saber ao certo quando “dias melhores” virão.

Alô, povo guarapuavano, digam-me o que vocês querem!

Queremos um shopping? Então, vamos prestigiar o comércio/setores alimentícios já existentes, para que motivados esses empresários propiciem algo MAIOR para nós! Queremos balada boa? Deixemos de lado de vez em quando nossas cobertas no frio de junho e vamos até as pistas de dança aquecer nossos corpos com música! Queremos um centro mais convidativo? Então, deixemos a comodidade de nosso lares e vamos levar animação até às ruas, até o FINAL da XV de novembro, tão “abandonada” (mesmo em finais de semana) no trecho que vai do Lago até a Catedral.

Como minha avó costumava me dizer, “não é a escola que faz o aluno, é o aluno que faz a escola.” Pois bem, não é Guarapuava que faz seu povo, somos nós que fazemos Guarapuava!

Fotos por: http://www.blogger.com/profile/05860738053940192788


Comentários

  1. O que Guarapuava precisa é de um choque cultural. A cidade tem sim uma mentalidade ainda muito atrasada e muito provinciana. Quando se conhece alguém por aqui, a primeira pergunta que se faz é: "de que família voce é ?", como se a cidade tivesse como donas algumas poucas famílias de sobrenomes importantes e, fora delas, não se é ninguém.
    Mas... voltando ao nosso comércio: Não só restaurantes que fecham na hora do almoço, mas simplesmente restaurantes que estão "fechando as portas" em Guarapuava se contam aos montes. Por que será ? Será que o consumidor não quer consumir aqui, ou será que o empresário lojista não sabe conquistar o consumidor ?
    Penso que neste caso vale o contrário do ditado citado (o aluno faz a escola). Penso que no caso, o empresário lojista é que deve tentar conquistar o consumidor. Bem que a ACIG tenta fazer alguma coisa, alguma divulgação... mas ainda falta, e muito, treinamento em capacitação profissional no meio empresarial local. De modo geral, Guarapuava não sabe o que é ser "profissional". De modo geral, as pessoas prometem e não cumprem. Marcam e não comparecem. Agendam e não respeitam o horário agendado. De modo geral, tudo é muito "caseiro", muito "fundo de quintal", muito "tupiniquim. Alguns pequenos exemplos, de experiencias que tive recentemente:
    - Parei para tomar um café em uma conhecida Padaria no centro da cidade e o tal café era requentado, horrível, simplesmente intomável.
    - Pedi um quilo de carne moída no setor de açougue de um conhecido Supermercado na região central da cidade, e a funcionária manipulava por detrás da parede de vidro a carne sendo moída e empurrada para a máquina com suas mãos, sem qualquer higiene, sem proteção, sem luvas de plástico que fosse, sem nada... absolutamente nada.
    - Quis negociar no sábado de manhã em uma loja que vendia motocicletas no centro da cidade e me deparei com um cartaz anunciando que a tal loja simplesmente não abre aos sábados, que é o dia de maior movimento no comércio.
    Logicamente não estes detalhes, por si mesmos, que comprometem em seu todo o comércio local. Mas é sim a mentalidade 'tacanha', é sim o "pensar pequeno" de muitos que comprometem o desenvolvimento de todos.
    Falta capacitação, falta noção de profissionalismo, falta CONCORRÊNCIA, falta VARIEDADE, PREÇO e QUALIDADE em nosso comércio. Enquanto isso não mudar, por que motivo o consumidor vai valorizar o comércio local se puder trazer de outros centros os produtos de que necessita ? O consumidor tem feito sua parte sim, NÃO comprando aqui e dando assim um claro sinal ao empresário local de que alguma coisa tem que mudar se quiser conquistar a clientela da cidade.
    Quanto à rua XV que foi citada também no texto, que tal acabar com aquele absurdo do "bobódromo" para que as famílias possam novamente circular por lá nos finais de semana, mesmo nas noites de sexta, sábado ou domingo ? Tenho dito.
    Augusto

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  2. Augusto, concordo com você que alguns serviços oferecidos na cidade são deficientes sim, mas a culpa não é só do empresário não. Aqui perto da minha casa abriu tipo um restaurante com uma comida diferente da cidade,o lugar é limpo, bonito, de certa forma barato e atrativo. Eu passo por lá todos os dias, horário de almoço e à noite, e está sempre vazio!
    Se tratando de desinteresse, os culpados são ambas as partes. Empresários sim, mas nós população também. Não dá pra jogar a culpa em uma só parte, tendo evidências da culpa de ambos.

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  3. Ah, e quanto à seu comentário sobre a XV de novembro, eu discordo de vc. O trecho a que eu me referi do texto fica "bem longe" do "bobódramo", que é no alto da XV.
    Isso não chega nem a ser lógico, pq é justamente nesse lugar que "ninguém" vai, que está concentrado boa parte do comércio.

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  4. Jaqu3, agradeço seus comentários sobre meu comentário. Na questão dos serviços oferecidos em Guarapuava, concordo que há bons exemplos de empreendimentos sim, embora os veja como exceção e não como regra geral. E realmente também o consumidor não está habituado a exigir qualidade, talvez porque nunca tenha tido...
    Com relação ao comentário sobre a rua XV, voce tem razão: o trecho que foi mencionado não é o bobódromo. Retifico, então. Mas é um trecho que também é complicado na questão da segurança, principalmente à noite. Seria bacana um projeto para "revitalizar" aquela parte do centro, não é mesmo ?
    Augsto

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  5. Verdade, Augusto... Eu, particularmente, acho a XV tão bonita, um ambiente saudável pra se passear com a família, crianças... Podiam mesmo dar um "up" por lá, né?!
    E imagina... eu que agradeço você estar prestigiando o nosso blog! E mais ainda pelos comentários!
    Esse tbm é um espaço de debate sobre a nossa cidade, todas as idéias, mesmo que divergentes da minha, são muito bem vindas! Até porque, ouvir a opinião diferente da nossa tbm nos faz pensar, né?!

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  6. Então, Jaqueline. É gratificante encontrar neste espaço (ainda que virtual) pessoas com este senso crítico sobre nossa cidade, nossos problemas, nossas perspectivas, nossos desafios, etc.
    Muitas são as vozes que se expressam nos mais diversos sites sobre a realidade econômica, política e social de Guarapuava, geralmente em tom de severa crítica à nossa atual administração. Mas poucos são aqueles dispostos a realmente discutir idéias. Criticar é fácil, e também eu o faço. Mas quero mais do que isso: quero discutir idéias. Existem sim cabeças pensantes em nossa cidade, estejam elas no meio acadêmico, no meio empresarial, até mesmo em alguns lugares do setor público. Acredito que seria um belo desafio tentarmos reunir estas cabeças pensantes, pessoas com apurado senso crítico, para trocarmos idéias SEM QUALQUER VIÉS POLÍTICO ELEITORAL. Penso e acredito que podemos contribuir como cidadãos, sem precisarmos necessariamente nos imiscuir na politicagem já tão desacreditada, já tão carcomida pelos cânceres da corrupção, do coronelismo, do clientelismo, da arrogância, etc, etc, etc...
    Existem outros canais na mídia local onde algumas pessoas tem postado interessantes contribuições, mas as vejo de forma dispersas ainda. Proponho, finalmente, a voce através de seu blog e todos quantos estejam nos lendo na internet, que tentemos construir um "fórum de debates" ainda que inicialmente virtual, onde pudéssemos não apenas criticar, mas também postar contribuições positivas sobre aspectos relevantes da nossa cidade. Poderíamos, por exemplo, eleger um tema específico a cada semana, como por exemplo (e apenas mesmo como exemplo):
    - como fomentar o desenvolvimento industrial do município ?
    - como agregar valor ao produto in natura de nossa região ?
    - como revitalizar aquele trecho da rua XV a que voce se refere no seu texto inicial ?
    - como resgatar a rua XV no seu espaço conhecido como "bobódromo" para que volte a ser um espaço que possa ser frequentado por todos sem medo de marginais e bêbados que dominam o local ?
    - como incentivar a cultura ? como oferecer espaços e opções de lazer a todas as classes sociais e em todas as regiões da cidade ?
    - como poderia ser resolvida a questão da saúde na cidade ?
    Fica a sugestão.
    Augusto (penhamadureira@bol.com.br)

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  7. O problema de Guarapuava é cultura. Essa cidade nem feira livre tem (sim, essas feiras em que lá em Maringá e no resto do Brasil podemos comprar verduras fresquinhas, comer pastel e conviver). Imagine que com 200 anos não tem um teatro, não tem arborização (aliás, as pessoas são avessas à árvores? Enxergam como lenha a ser cortada?) imagine então se pensar em shopping ou aeroporto decente, isso nem em sonho. Enquanto a mentalidade da população não mudar as Guarapuava não mudará.

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  8. Falou tudo jaque, o pessoal quer shopping mas nem se dao ao luxo de prestigiar o maria antonia, dizem que la nada da certo, claro, pra dar certo as pessoas precisam comprar, e fica a dica, tem um pizzaria otima la, uma academia bem legal, lojas de importados e perfumaria incriveis,vamos dar chance ao novo.Senao como podemos querer algo maior?pra falir tb?

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  9. O que??? Citaram o tal "Maria Antonia" como Shopping hahahahahahaha
    Quem chama aquilo de Shopping é por que nunca entrou num Shopping Center hahahaha
    Que piada, me divirto aqui kkkkkkkkkkkkkkkk

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  10. Concordo em gênero, número e grau com quem disse acima que o problema de Guarapuava é (falta de) cultura. Eu já havia mencionado no primeiro comentário desta série que " O que Guarapuava precisa é de um choque cultural."
    Concordo também com o comentário anterior, o Maria Antonia é apenas uma pequena galeria de lojas. Shopping Center é outra coisa...
    Por último reitero minha proposta para que pensemos uma maneira de contribuir positivamente para melhorar as coisas nesta cidade. Vamos criar um foro de debates de idéias objetivas... alguém mais topa esta idéia ?
    Augusto - penhamadureira@bol.com.br

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