Pular para o conteúdo principal

Paixão pela arte musical: Banda Sinfônica Municipal de Pinhão


Por Elis Oliveira

Para definirmos o que é banda, precisamos entender o que a difere das orquestras sinfônicas e das bandas tradicionais, civis ou militares. A banda sinfônica é um grande conjunto formado por instrumentos de sopro e percussão, diferenciando-se das demais pelo seu vasto repertório musical.
No Brasil, a palavra banda é geralmente associada às formações militares, aos coretos das cidades do interior e, ainda, ao circo,  e  muito ocasionalmente a um corpo sinfônico estável, voltado para a música de concerto do mais alto nível de excelência.

 Falando em banda, a cerca de 50km distante de  Guarapuava, no município de Pinhão, a Banda Sinfônica Municipal que leva o mesmo nome da cidade, iniciou suas atividades em 03 de março de 2001 com 16 integrantes, realizando sua primeira apresentação no dia 12 de Dezembro do mesmo ano, em festas alusivas ao aniversário do município. Desde lá todos os anos vem participando de concursos e atividades.
Em 28 de Setembro de 2002, a banda conquistou o 1º lugar no Concurso de Bandas e Fanfarras da União Cívica feminina na cidade de Curitiba, na categoria juvenil com apenas oito meses de estudo, desde então a banda tem oito títulos de campeã paranaense promovido pela Federação Paranaense de Bandas e Fanfarras, sete titulos de campeã sul brasileira, é Bicampeã Nacional em 2005 em Brasília DF e em Barra Mansa Rj em 2011  e vice campeã na categoria juvenil em 2008 . Apresentou-se também  no campeonato Mundial de Orientação em 2007 sediado em Faxinal do Céu.
A banda é mantida pela prefeitura da cidade, os integrantes são alunos da rede municipal e estadual de ensino e membros da sociedade com idades de 10 anos a 22 anos. A banda realiza apresentações em todo o Brasil em eventos públicos (estaduais, municipais, escolares, militares e religiosos).
Segundo informações do Maestro Rodrigo Correa Santos, que a rege desde sua formação, atualmente a Banda Sinfônica Municipal de Pinhão é composta por 55 integrantes e 15 aprendizes.
A história do maestro, entrelaça-se  com a história da banda, que desde 2001 esta a frente dela, em 2004 fez curso de regência e pratica de banda pela Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, em 2005 levou a Banda Sinfônica de Pinhão ao titulo Nacional de Bandas e Fanfarras , entre inúmeros outros eventos.
A banda já mudou a vida de muitos jovens, como é o caso de Osvaldo Boeira da Cruz, 25 anos, que começou na banda aos 15 anos “sempre me interessei por música, só que nunca tinha ouvido falar na banda, só que um dia eles foram no Colégio onde eu estudava fazer uma apresentação porque abririam novas vagas para aprendizes, aí fiz 10 meses de aula teórica e  uma prova na qual consegui passar em 3º lugar”,  conta o jovem emocionado em fazer parte tanto tempo da banda.
Ainda segundo ele, “quando entrei na banda minha vontade era tocar saxofone , porque achava muito bonito, mas o Maestro Rodrigo acabou me colocando no trompete onde estou tocando ele há 9 anos”,  para Osvaldo, no começo foi bem difícil, porque este instrumento requer muito estudo e dedicação, mas que tudo tem um valor imensurável. “Passamos por muitas dificuldades para conseguir tudo que conquistamos, hoje a banda é reconhecida a nível paranaense e nacional”, completa o jovem.
Ao ser perguntado o que mais lhe foi marcante nesses anos, ele é categórico “ olha acho que foi o primeiro campeonato nacional, disputado em Brasília, tivemos praticamente que passar 24 horas dentro do ônibus viajando, as dificuldades foram imensas, o que mais chamou atenção nesse campeonato foi o trabalho em equipe, porque falamos que somos uma família, que quando um cai o outro ajuda a levantar, estamos sempre dispostos a auxiliar um ao outro”, finaliza o jovem.
A banda sinfônica conta a história de cada jovem que participa, ou participou da sua formação.  Para Patricia Martins Oliveira, 26 anos, uma daquelas 16 integrantes do inicio,  participar da banda foi algo especial para sua vida “ participei até 2003, mais ou menos 2 anos e 5 meses, tocava clarineta, para mim era algo novo, tanto tocar um instrumento diferente, como também viajar, fazer parte de eventos”.  Segundo ela, se não  fosse outros afazeres ainda pretendia ficar, mas precisou se ausentar para trabalhar e estudar, mas tem com ela boas recordações desse tempo.
Para os pinhãoenses, os que moram ou não na cidade, a Banda Sinfônica, faz parte da historicidade cultural desse povo, que tem orgulho da sua banda.

Comentários

  1. parabéns por lembrar das coisas legais que tem na nossa região, muitas pessoas, quando falam em Pinhao, são preconceituosos, e tem piadinhas prontas.. mas como podemos ver, tbm é um povo que tem uma cultura bem legal.. o texto dos foliões do divino, que tbm fala do Pinhao, é muito legal tbm.. Continuem valorizando o que tem de belo na cidade.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

RESUMO DA OBRA "VÁRIAS HISTÓRIAS", DE MACHADO DE ASSIS

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de família pobre e mulato, sofreu preconceito, e  perdeu a mãe na infância, sendo criado pela madrasta. Apesar das adversidades, conseguiu se instruir. Em 1856 entrou como aprendiz de tipógrafo na Tipografia Nacional. Posteriormente atuou como revisor, colaborou com várias revistas e jornais, e trabalhou como funcionário público. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Algumas de suas obras são Memórias Póstumas de Brás Cubas , Quincas Borba , O Alienista , Helena , Dom Casmurro e Memorial de Aires . Faleceu em 29 de setembro de 1908. Contexto Histórico Várias histórias foi publicado em 1896, fazendo parte do período realista de Machado de Assis. Os contos da obra são profundamente marcados pela análise psicológica das personagens, além da erudição e intertextualidade que transparecem, como por ex., referências à música clássica, a clássicos da literatura, bem c

Pintores Paranaenses

A partir do século XIX, a pintura passou a se desenvolver no Paraná, incentivada por pintores como o imigrante norueguês Alfredo Andersen, e Guido Viaro, o segundo vindo da Itália. Ambos dedicaram-se ao ensino das artes visuais, além de pintarem suas obras inspiradas principalmente nas paisagens e temas do cotidiano paranaense. Responsáveis também pela formação de novas gerações de artistas no estado, como o exemplo de Lange Morretes, Gustavo Kopp e Theodoro de Bona, todos nascidos no Paraná. Alfredo Andersen, apesar de norueguês, viveu muitos anos em Curitiba e Paranaguá, e ainda hoje é tipo como o pai da pintura paranaense. Foi ele o primeiro artista plástico atuar profissionalmente e a incentivar o ensino das artes puras no estado. Ele se envolveu de forma muito intensa com a sociedade paranaense da época em que viveu, registrando sua história e cultura. Rogério Dias, outro grande exemplo, sempre foi autodidata, sua trajetória artística tem sido uma soma de anos de paciente

“Esta terra tem dono!”

Do alto, o Cacique Guairacá observa a cidade. Imortalizado em bronze, junto ao seu lobo, ele vigia os moradores e dá boas vindas aos visitantes. Sem dúvida ele é o símbolo de Guarapuava, que traz suas raízes indígenas estampadas até no nome. Uma das vertentes históricas, afirma que o Cacique Guairacá, viveu por estas terras em meados do século XVII. Nessa época, o tratado de Tordesilhas dividia a América do Sul ao meio (ou nem tanto) e Guarapuava se situava em terras espanholas. E como toda grande colonização desta época, havia a opressão indígena – seja a escravização por armas ou pela catequização, tiveram sua cultura esmagada pelo cristianismo europeu.  E também como no Brasil inteiro, houve resistência por parte dos índios. Mas ao contrário do resto da América, aqui tinha o Cacique Guairacá, que complicou muito a vida dos colonizadores.  Armado com lanças e arco e flecha, ele comandou embates aos berros de “CO IVI OGUERECO YARA!” (ou “Esta terra tem dono”). E o