Pular para o conteúdo principal

Memórias de um sargento de milícias

Memórias de um sargento de milícias- Manuel Antônio de Almeida


Autor
Manuel Antônio de Almeida filho do tenente Antônio de Almeida e de Josefina Maria de Almeida, perde o pai quando tinha dez anos de idade. Concluiu a Faculdade de Medicina em 1855, mas nunca exerceu a profissão. Devido as dificuldades financeiras foi conduzido ao jornalismo e às letras. Foi redator do jornal Correio Mercantil, para o qual escrevia um suplemento, “A Pacotilha”. Neste suplemento publicou sua única obra em prosa de fôlego, a novela Memórias de um Sargento de Milícias, de 1852 a 1853, em capítulos.
Contexto histórico
O período em que a Coroa Portuguesa se instalou no Brasil foi um momento crítico na nossa história, em virtude das mudanças sociais a que foram submetidas o povo brasileiro. O primeiro momento de descontentamento foi quando os moradores das melhores residências tiveram que abrir mão de suas moradias em detrimento da aristocracia portuguesa. Em seguida, os gastos exorbitantes da Família Real agravavam a crise econômica, a fome e a miséria na qual viviam os brasileiros. Esse sentimento de crítica permeia a obra toda, que passa “alfinetar” o comportamento do povo diante de tal situação: todos buscavam obter algum tipo de vantagem.
Memórias de um sargento de Milícias, de 1852, foi seu único livro. Retrata as classes médias e baixas, algo muito incomum para a época, na qual os romances retratavam os ambientes aristocráticos.
Resumo da obra
Leonardo e Maria viajavam de Lisboa rumo ao Rio de Janeiro, no navio se apaixonaram, logo após casaram e tiveram um filho chamado Leonardo, que desde pequeno era manhoso e arteiro. Com o passar do tempo Maria começou a trair o marido e quando esse descobriu, deu uma surra na mulher, que acabou fugindo com seu amante, o capitão de um navio, para Lisboa. Leonardo simplesmente foi embora. Abandonando seu filho. Leonardo (filho) ficou então aos cuidados de seu padrinho,  que planejou fazê-lo padre, iniciou a escrita e a leitura, bem precariamente, e depois o encaminhou à escola. Imaginando a facilidade que teria em aprontar se viesse a ser coroinhinha como o amigo Tomás, pediu ao padrinho que lhe fizesse tal, o padrinho aceitou alegremente o interesse pela igreja. Mas logo o menino foi expulso por tanto aprontar. Já rapaz levava uma vida de vadio. Ele e seu padrinho passaram a frequentar a casa de D. Maria.
O padrinho morre e Leonardo vai  viver com seu pai que, depois de muito lutar por uma cigana, acabou casado com a filha da comadre. Ele não se dava muito bem com a madrasta, então, em um dia após visitar D. Maria e não ver Luisinha, envolveu-se de novo em uma briga com a madrasta, seu pai tomou parte dela e o ameaçou com uma espada. Leonardo fugiu para a rua.  Foi viver na casa de Tomás e se envolve com a namorada dele Vidinha. .A madrinha de Leonardo lhe arrumou um emprego na casa-real, mas o rapaz logo foi despedido por ter se aproximado da mulher de um dos homens do poder da casa. 
Leonardo foi feito granadeiro do major Vidigal, Vidinha e sua família buscaram muito por ele e, sem encontrar, passaram a odiá-lo por cometer a desfeita de abandonar sem explicação quem o acolhera. Em uma noite, Vidigal, armando a prisão de Teotônio, mandou Leonardo até a casa do pai dele, lá estava dando a festa de batizado da filha de tal e Teotônio animava a festa. Leonardo ficaria no batizado para facilitar a captura.Mas, Leonardo se sentiu um traidor e armou com Teotônio sua fuga sem que se comprometesse. O plano deu certo, mas de tão alegre que ficou acabou por se denunciar. Vidigal então o prendeu. Ao saber de tal coisa sua madrinha foi rogar por ele ao major, sem resultado; após uma forte reconciliação com D. Maria, foram as duas pedir.  Durante tais acontecimentos Luisinha ficou viúva, foi no dia do enterro de José Manuel que Leonardo apareceu, tinha sido feito sargento. Passou a frequentar novamente a casa de D. Maria, seus interesses por Luisinha renasceram e os dela também. A madrinha e D. Maria estavam mais do que de acordo com o casamento deles, o que impedia era o posto de sargento, que não permitia o casamento. Pediram então novamente a ajuda de Vidigal, que nesses tempos já vivia com Maria-Regalada. O homem cedeu com gosto e fez de Leonardo sargento de milícias, ofício que permitia o casamento. Com todos esses acontecimentos, casa-se com Luisinha, e algum tempo depois, Leonardo pai e D. Maria faleceram.

Acadêmicas:  Jessiane de Almeida

Luciane Fernandes Martins

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

RESUMO DA OBRA "VÁRIAS HISTÓRIAS", DE MACHADO DE ASSIS

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de família pobre e mulato, sofreu preconceito, e  perdeu a mãe na infância, sendo criado pela madrasta. Apesar das adversidades, conseguiu se instruir. Em 1856 entrou como aprendiz de tipógrafo na Tipografia Nacional. Posteriormente atuou como revisor, colaborou com várias revistas e jornais, e trabalhou como funcionário público. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Algumas de suas obras são Memórias Póstumas de Brás Cubas , Quincas Borba , O Alienista , Helena , Dom Casmurro e Memorial de Aires . Faleceu em 29 de setembro de 1908. Contexto Histórico Várias histórias foi publicado em 1896, fazendo parte do período realista de Machado de Assis. Os contos da obra são profundamente marcados pela análise psicológica das personagens, além da erudição e intertextualidade que transparecem, como por ex., referências à música clássica, a clássicos da literatura, bem c

Pintores Paranaenses

A partir do século XIX, a pintura passou a se desenvolver no Paraná, incentivada por pintores como o imigrante norueguês Alfredo Andersen, e Guido Viaro, o segundo vindo da Itália. Ambos dedicaram-se ao ensino das artes visuais, além de pintarem suas obras inspiradas principalmente nas paisagens e temas do cotidiano paranaense. Responsáveis também pela formação de novas gerações de artistas no estado, como o exemplo de Lange Morretes, Gustavo Kopp e Theodoro de Bona, todos nascidos no Paraná. Alfredo Andersen, apesar de norueguês, viveu muitos anos em Curitiba e Paranaguá, e ainda hoje é tipo como o pai da pintura paranaense. Foi ele o primeiro artista plástico atuar profissionalmente e a incentivar o ensino das artes puras no estado. Ele se envolveu de forma muito intensa com a sociedade paranaense da época em que viveu, registrando sua história e cultura. Rogério Dias, outro grande exemplo, sempre foi autodidata, sua trajetória artística tem sido uma soma de anos de paciente

“Esta terra tem dono!”

Do alto, o Cacique Guairacá observa a cidade. Imortalizado em bronze, junto ao seu lobo, ele vigia os moradores e dá boas vindas aos visitantes. Sem dúvida ele é o símbolo de Guarapuava, que traz suas raízes indígenas estampadas até no nome. Uma das vertentes históricas, afirma que o Cacique Guairacá, viveu por estas terras em meados do século XVII. Nessa época, o tratado de Tordesilhas dividia a América do Sul ao meio (ou nem tanto) e Guarapuava se situava em terras espanholas. E como toda grande colonização desta época, havia a opressão indígena – seja a escravização por armas ou pela catequização, tiveram sua cultura esmagada pelo cristianismo europeu.  E também como no Brasil inteiro, houve resistência por parte dos índios. Mas ao contrário do resto da América, aqui tinha o Cacique Guairacá, que complicou muito a vida dos colonizadores.  Armado com lanças e arco e flecha, ele comandou embates aos berros de “CO IVI OGUERECO YARA!” (ou “Esta terra tem dono”). E o