Pular para o conteúdo principal

Resumo da obra Lucíola

Paulo se encontrou com Lúcia pela primeira vez em uma rua do Rio de Janeiro, seu primeiro contato foi lhe entregar o leque que ela acabara de deixar cair. Desde esse momento Lúcia o amou – como mais tarde revelou a ele. Mais tarde eles se encontraram em um dos bailes e foram apresentados por Sá, amigo de Paulo. Daí em diante os dois se ligaram eternamente. Nos dias seguintes a essa apresentação, ele foi ter com Lúcia na casa dela. Depois de conversarem um pouco ela, com uma sensualidade e ferocidade distinta, fez seu serviço – Lúcia era uma prostituta. Tratava se de uma jovem de 19 anos, uma das mais belas da corte. Tinha amantes por seis ou menos meses e depois se separava deles para sempre. Era rica e avarenta e a grande maioria dos homens a desejava. Paulo era um recém chegado ao Rio. Não era um homem rico, na verdade, afirmava ser pobre. Era um homem simples. Viera para a corte para iniciar uma vida, ou seja, firmar-se em uma profissão e fazer uma família. Desde a primeira fez que estiveram juntos, ele já a desejava. E foi assim que foram a um jantar na casa de Sá. Na verdade se tratava de uma noite de orgia preparada. Eram quatro cavalheiros – dentre eles Paulo, Sá e Couto – e quatro mulheres, uma para cada um deles. Lúcia e Paulo eram um casal. Primeiro findariam a refeição e poriam fim ao alto consumo de bebidas para depois vir a segunda parte, às duas horas da manhã, para preservarem a “inocência dos criados”. Depois de comer e beber, Sá pediu atenção aos quadros na parede e assim que todos observaram, Lúcia começou uma apresentação sensual de representação das obras. Paulo, que pedira a ela que não fizesse tal coisa, se retirou da sala. Porém ainda observou algumas ações pela porta entreaberta. Acabada a apresentação, Lúcia foi para fora também, lá ela e Paulo desculparam-se. Ele que não queria ser tão radical ao sair da mesa e ela por ter sido tão baixa com aquela demonstração. Assim, os dois se perdoaram e juraram que estariam juntos. E dormiram ali fora. Daí para frente Lúcia e Paulo se tornaram amantes. Ele fora declarado por ela dono e senhor dela própria e da casa em que viviam – posição que a nenhum outro ela concedera – e ele ficava lá tendo permissão para sair apenas nas terças e quintas. Assim passaram por uma pequena existência. Foi quando Paulo se encontrou com Sá que um problema os atingiu. Afirmavam por toda a corte que Lúcia o sustentava, visto que a moça não aparecia mais nos bailes, não se via vestidos e jóias chegando a seu endereço e ainda não a viam ocupando nenhum camarote no teatro. Depois dessa os dois tiveram o primeiro “rompimento”. Lúcia, que dizia obedecer qualquer vontade de Paulo, no mesmo dia procurou a Couto, um velho rico. Assim as acusações se findariam. Ele os viu juntos pela manhã e quando à tarde foi até a casa dela, encontrou- a arrumando-se para sair com ele. Porém, Lúcia vendo que isso não agradava a Paulo imediatamente tirou o vestido e mandou falou a Couto que não iria, mas Paulo disse-lhe para ir e assim ela fez. No dia seguinte já estavam unidos novamente. Viviam juntos em sua casa, até que com o tempo o fogo que tinham foi acabando e o relacionamento já não era como antes. Lúcia temia estar com Paulo, no entanto a presença dele a alegrava e era a única coisa que desejava. Foi assim que uma vez separados ela foi à casa dele, onde organizou tudo, e depois se reconciliaram. Nessas circunstâncias, um homem desprezível chamado Jacinto entrou para a convivência deles. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Assim que Lúcia o declarou como apenas uma espécie de criado, Paulo se aquietou. Nesse tempo, Lúcia já passara a dormir em outro quarto, muito mais simples e casto, suas roupas também neste tempo tinham se tornado simples. Os dois viviam apenas desfrutando a companhia de um e outro. Foi então que Paulo, querendo fazer uma surpresa, chegou à casa de Lúcia silenciosamente, porém o que viu foi Jacinto dando-lhe algo que parecia ser dinheiro no antigo quarto dela, onde os lençóis estavam todos bagunçados. Paulo sentia-se traído. Porém mais tarde descobriu, ouvindo o próprio Jacinto contar, que os lençóis estavam bagunçados porque veio ali um comprador que quis avaliar os móveis e seu estado, e que o que ele entregava a ela eram os papéis da venda daquela casa e a compra de um sítio mais afastado. Uma nova fase na vida de Lúcia e Paulo começou. Ela mudou-se para o tal sítio e ali vivia com sua irmã, Ana, que tinha doze anos. Paulo frequentava a casa assiduamente, ele e Lúcia viviam uma espécie de amizade, ele muitas vezes desejava mais, mas Lúcia afirmava que o maior bem que poderia ter era a presença dele, e que estarem juntos era impossível, ainda mais que podia lhes ocorrer uma gravidez, o que para ela seria terrível. Ter que doar parte de sua alma e da dele que estava nela para o nascimento de um filho. Assim viviam em uma grande simplicidade. Nesse tempo Lúcia contou a ele sua história, de como era uma menina pobre e que vira todos que amava, ou seja, sua família, sofrerem com a febre amarela e ela, sendo a única sadia, acabou prostituindo-se no máximo de sua inocência para conseguir dinheiro para socorrer a família. Contou ainda como Couto a iniciara e ainda como, depois de curado, o pai a expulsou de casa ao saber a origem do dinheiro. Isto fez com que ela realmente se firmasse na profissão. Seu verdadeiro nome era Maria da Glória, mas chamava-se Lúcia pois havia assumido o nome de uma amiga que teve e com quem dividiu a casa. Quando ela morreu, Maria da Glória fez o óbito em seu nome e se tornou Lúcia, dando à sua família não mais uma filha prostituta, mas só a boa filha que morrera. Foi para a Europa como Lúcia e quando voltou encontrou apenas Ana viva. Lúcia então entregara toda a sua riqueza para a irmã e vivia apenas do pouco que ganhava trabalhando – não mais como prostituta. Por fim, Lúcia pediu a Paulo que se cassasse com Ana, pois assim eles mesmos seriam eternamente ligados e ele encontraria em Ana ela mesma. Depois disso, Lúcia adoeceu. A verdade era que estava grávida de Paulo e para ela era a hora de partir, servindo ela mesma de túmulo para o filho. Foi assim que em seus últimos momentos declarou que amara Paulo desde a primeira vez que se viram e pediu-lhe mais uma vez para que se cassasse com Ana, mas Paulo disse que não seria capaz, então Lúcia o incumbiu de ser como um pai para a menina, e ali, em um último beijo, ela partiu. Paulo nunca se casou, vivia na lembrança de seu amor por Lúcia e servindo a Ana, que estava feliz e casada, como um pai. Por Rebeca Cabral Disponível em: https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/resumos-de-livros/luciola.htm

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

RESUMO DA OBRA "VÁRIAS HISTÓRIAS", DE MACHADO DE ASSIS

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de família pobre e mulato, sofreu preconceito, e  perdeu a mãe na infância, sendo criado pela madrasta. Apesar das adversidades, conseguiu se instruir. Em 1856 entrou como aprendiz de tipógrafo na Tipografia Nacional. Posteriormente atuou como revisor, colaborou com várias revistas e jornais, e trabalhou como funcionário público. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Algumas de suas obras são Memórias Póstumas de Brás Cubas , Quincas Borba , O Alienista , Helena , Dom Casmurro e Memorial de Aires . Faleceu em 29 de setembro de 1908. Contexto Histórico Várias histórias foi publicado em 1896, fazendo parte do período realista de Machado de Assis. Os contos da obra são profundamente marcados pela análise psicológica das personagens, além da erudição e intertextualidade que transparecem, como por ex., referências à música clássica, a clássicos da literatura, bem c

Pintores Paranaenses

A partir do século XIX, a pintura passou a se desenvolver no Paraná, incentivada por pintores como o imigrante norueguês Alfredo Andersen, e Guido Viaro, o segundo vindo da Itália. Ambos dedicaram-se ao ensino das artes visuais, além de pintarem suas obras inspiradas principalmente nas paisagens e temas do cotidiano paranaense. Responsáveis também pela formação de novas gerações de artistas no estado, como o exemplo de Lange Morretes, Gustavo Kopp e Theodoro de Bona, todos nascidos no Paraná. Alfredo Andersen, apesar de norueguês, viveu muitos anos em Curitiba e Paranaguá, e ainda hoje é tipo como o pai da pintura paranaense. Foi ele o primeiro artista plástico atuar profissionalmente e a incentivar o ensino das artes puras no estado. Ele se envolveu de forma muito intensa com a sociedade paranaense da época em que viveu, registrando sua história e cultura. Rogério Dias, outro grande exemplo, sempre foi autodidata, sua trajetória artística tem sido uma soma de anos de paciente

Falando "guarapuavês"

Como boa nortista do Paraná, não pude deixar de reparar nas expressões guarapuavanas, que até então eu não ouvia na minha região. No começo, eu estranhava o jeito que o pessoal fala por aqui, e até hoje rio de algumas palavras que eles usam para se expressar. O curioso é observar como nós absorvemos com facilidade outras culturas quando passamos algum tempo inseridos nelas. Estou em Guarapuava há quase dois anos, e a única coisa que falta para eu me inserir de vez na cultura daqui é pronunciar as palavras com terminação “e” e “o” da mesma forma como nós a escrevemos (leitE, gentE, quandO). Eu escolhi algumas expressões (e seus significados) que, a meu ver, são os mais usados nas conversas guarapuavanas. Abaixo seguem essas expressões, e alguns exemplos de como o pessoal as usa entre uma frase e outra. Se você, como eu, não é de Guarapuava, com certeza já reparou que o pessoal fala assim o tempo todo. Se ainda não conhece Guarapuava mas pretende vir pra cá um dia, é interessan