Pular para o conteúdo principal

“De boa na lagoa”


Sentado em um daqueles bancos de 30 centímetros de altura que todo guarapuavano conhece, durante horas - entre devaneios e observações - vidrei meus olhos na cultura que envolve e explicita a Lagoa das Lágrimas.

Posso adiantar que de lágrimas não vi nada. Nosso ponto turístico lendário é usado para sorrisos, mesmo que esses sejam momentâneos ou simples resultados de descanso. Quem procura a lagoa para lazer encontra o que quer, e quem sabe algo a mais.

Mesmo sem ter uma infraestrutura que proporcione diversas atividades, a área da lagoa é usada para muita coisa. Esportistas correm ao redor em uma competição de quem sua mais. As madames e seus poodles passeiam calmamente observando as árvores. Um casal sentado na grama troca beijos e planos futuros, promessas de alegrias que sejam iguais a aquela que estão sentido. O vovô e a sua neta desfrutam do típico (ou seria também lendário?) sorvete que é vendido por ali há mais de 50 anos. É disso que vive a lagoa, dessa pluralidade de culturas.

Noto também que o lugar é muito bem conservado. A grama esta aparada e lixo na calçada não se vê. O problema é que o local é alvo de vandalismo quase todas as noites. Alguns desocupados tratam de quebrar os bancos, depredar as luminárias e pixar qualquer coisa que dê para escrever “vida loka” em letras que só eles mesmo entendem.

Outro símbolo da lagoa das lágrimas é o pedalinho. Por alguns trocados, você pode dar uma volta em simpáticos pedalinhos (mini barcos feitos de fibra em que se precisa literalmente pedalar para que ele se mova e fazer uma força imensa para que faça curvas) ao redor da lagoa.

É um ótimo lugar para o lazer. Ler um livro. Esquecer dos problemas. Praticar um esporte, ou simplesmente fazer o que estou fazendo: observando sem pretensões ou preocupações.

Comentários

  1. "Esportistas correm ao redor em uma competição de quem sua mais. As madames e seus poodles passeiam calmamente observando as árvores"

    ooooolha o estereótipo!

    ResponderExcluir
  2. Esse blog já teve momentos melhores, com alguns texto vejo que a produção está decaindo... Não vou tirar os méritos de algumas postagem que leio aqui, mas outras penso que estão sujando o bom mérito que o blog tem.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

RESUMO DA OBRA "VÁRIAS HISTÓRIAS", DE MACHADO DE ASSIS

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de família pobre e mulato, sofreu preconceito, e  perdeu a mãe na infância, sendo criado pela madrasta. Apesar das adversidades, conseguiu se instruir. Em 1856 entrou como aprendiz de tipógrafo na Tipografia Nacional. Posteriormente atuou como revisor, colaborou com várias revistas e jornais, e trabalhou como funcionário público. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Algumas de suas obras são Memórias Póstumas de Brás Cubas , Quincas Borba , O Alienista , Helena , Dom Casmurro e Memorial de Aires . Faleceu em 29 de setembro de 1908. Contexto Histórico Várias histórias foi publicado em 1896, fazendo parte do período realista de Machado de Assis. Os contos da obra são profundamente marcados pela análise psicológica das personagens, além da erudição e intertextualidade que transparecem, como por ex., referências à música clássica, a clássicos da literatura, bem c

Pintores Paranaenses

A partir do século XIX, a pintura passou a se desenvolver no Paraná, incentivada por pintores como o imigrante norueguês Alfredo Andersen, e Guido Viaro, o segundo vindo da Itália. Ambos dedicaram-se ao ensino das artes visuais, além de pintarem suas obras inspiradas principalmente nas paisagens e temas do cotidiano paranaense. Responsáveis também pela formação de novas gerações de artistas no estado, como o exemplo de Lange Morretes, Gustavo Kopp e Theodoro de Bona, todos nascidos no Paraná. Alfredo Andersen, apesar de norueguês, viveu muitos anos em Curitiba e Paranaguá, e ainda hoje é tipo como o pai da pintura paranaense. Foi ele o primeiro artista plástico atuar profissionalmente e a incentivar o ensino das artes puras no estado. Ele se envolveu de forma muito intensa com a sociedade paranaense da época em que viveu, registrando sua história e cultura. Rogério Dias, outro grande exemplo, sempre foi autodidata, sua trajetória artística tem sido uma soma de anos de paciente

“Esta terra tem dono!”

Do alto, o Cacique Guairacá observa a cidade. Imortalizado em bronze, junto ao seu lobo, ele vigia os moradores e dá boas vindas aos visitantes. Sem dúvida ele é o símbolo de Guarapuava, que traz suas raízes indígenas estampadas até no nome. Uma das vertentes históricas, afirma que o Cacique Guairacá, viveu por estas terras em meados do século XVII. Nessa época, o tratado de Tordesilhas dividia a América do Sul ao meio (ou nem tanto) e Guarapuava se situava em terras espanholas. E como toda grande colonização desta época, havia a opressão indígena – seja a escravização por armas ou pela catequização, tiveram sua cultura esmagada pelo cristianismo europeu.  E também como no Brasil inteiro, houve resistência por parte dos índios. Mas ao contrário do resto da América, aqui tinha o Cacique Guairacá, que complicou muito a vida dos colonizadores.  Armado com lanças e arco e flecha, ele comandou embates aos berros de “CO IVI OGUERECO YARA!” (ou “Esta terra tem dono”). E o